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O caso da adolescente Natália dos Santos, 17 anos, que morreu depois de fazer um aborto em uma clínica clandestina de Nova Iguaçu, na Baixadanathalia10112012 Fluminense, não é incomum. O aborto ocupa hoje o quinto lugar no ranking das principais causas de mortalidade materna no País. 

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, o abortamento, seja espontâneo ou provocado, fica atrás de hipertensão, hemorragia, infecção pós-parto e doenças do aparelho respiratório complicadas pela gravidez, no parto ou no pós-parto. 

 

Enquanto em 2010, foram registrados 1.686 abortos previstos por lei — que ocorrem em caso de estupro, risco de vida para a mãe ou fetos anencéfalos (com má formação do cerébro) —, no ano passado houve queda de cerca de 10%, representada pelo número de 1.504 abortos. 

 

Já a média de curetagem — procedimento cirúrgico que consiste em raspar as paredes internas da cavidade intrauterina para fazer aborto —, como fez Natália dos Santos, é de 200 mil por ano.  

 

A hipertensão, vale lembrar, ainda é a principal causa de morte materna no Brasil. Segundo ministério, o fato de gestantes não buscarem acompanhamento médico durante a gravidez e não realizarem exames pré-natal fazem com que desconheçam ter pressão alta, assim como os riscos que o mal pode trazer à mãe e o bebê. 

 

Enquanto a razão de mortalidade materna por aborto foi de três óbitos para cada 100 mil nascidos em 2010, quando se trata da hipertensão como causa de morte materna o número salta para 13 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos.  

 

Grávida de cinco meses, Natália procurou a clínica para retirar o bebê. Após o procedimento, ela começou a passar mal e foi levada para o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio, onde ficou 12 dias internada. 

 

Além de ter passado pelo procedimento cirúrgico para retirada do feto que já estava morto, a jovem precisou também retirar o útero. Natália, no entanto, não resistiu. O atestado de óbito fala em falência múltipla de órgãos provocada por uma infecção generalizada.

 

R7