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Menos de 20% das mulheres acima de 45 anos no Brasil consomem a quantidade recomendada de cálcio para prevenir a oesteoporose. O dado foi revelado nesta quarta-feira, 17,  por uma pesquisa realizada pelo Ibope com 2 mil mulheres no País. 

 

Apesar de a maioria da população associar leite e derivados à prevenção da doença, muitos esquecem alimentos como peixe, verduras escuras (como espinafre e brócolis) e suco de laranja como fonte do mineral indispensável para o organismo.

 

No Brasil, o consumo médio de cálcio é em torno de uma porção (400 mg, que equivalem a um copo e meio de leite ou iogurte) por dia, enquanto a recomendação para se prevenir a doença é em torno de três a quatro porções ao dia.  

 

A doença que aparece discretamente e é descoberta, muitas vezes, quando se fratura algum osso, atinge 20 milhões de brasileiros.

 

Apesar de relativamente comum, a osteoporose ocupa o quarto lugar na lista de doenças que preocupam as brasileiras, ficando atrás do câncer de mama, doenças cardíacas e derrames. Para o reumatologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Dr. Marcelo Pinheiro, diretor da Abrasso (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo), no entanto, trata-se de um problema de saúde pública: 

 

— Cerca de 30% das mulheres após a menopausa têm osteoporose. Pode-se dizer que estamos diante de uma epidemia silenciosa. 

 

A doença traz consigo perda de massa óssea, na qual os ossos vão ficando mais leves e frágeis. A chamada porosidade do osso aumenta o risco de fratura, que é visto com alerta pelo risco de desencadear complicações, como embolia e infecções, que podem levar à morte.

 

Estudos preveem um aumento de quase seis vezes de fratura de quadril entre a população mundial. Se em 1950, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a média foi de 1,66 milhão de fraturas de quadril, a previsão é que em 2025 sejam 6,28 milhões. A principal, razão, explicou o especialista da Unifesp, é o envelhecimento da população. 

 

Fatores de risco

 

Além da alimentação baixa em cálcio, a falta de vitamina D (adquirida com a exposição solar) também dificulta o fortalecimento dos ossos. Outros fatores de risco ligados à doença são o tabagismo, a ingestão frequente de bebida alcóolica e o sedentarismo.

 

A incidência da doença se mostra maior entre mulheres, pessoas de raça branca e também entre os orientais.   O diagnóstico, explicou o reumatologista Dr. Diogo Domiciano, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é feito através do exame de densitometria óssea, seguido de análises laboratoriais.

 

No tratamento, além da dieta, da atividade física e da exposição ao sol para sintetização da vitamina D, reposição hormonal ou medicamentos específicos também podem ser recomendados. 

 

— Há ainda acessórios importantes, que podem ajudar a prevenir fraturas, como protetores de quadril, que diminuem em até 50% o risco quando utilizados 24 horas por dia pelo paciente, inclusive na hora de dormir.

 

Outro tratamento coadjuvante seria a chamada plataforma vibratória, aparelho que fica sobre o indivíduo e provoca vibração leve que estimula a contração muscular, aumentando o fortalecimento dos músculos e dos ossos.   

 

R7