Cientistas da China descobriram que o fumo pode aumentar o risco de catarata em pessoas mais velhas. A pesquisa revela que fumantes e ex-fumantes apresentaram maior risco de desenvolver a condição relacionada com a idade.
"Embora a catarata possa ser removida cirurgicamente para restaurar a visão, muitas pessoas continuam cegas devido a essa condição, em função da insuficiência de serviços cirúrgicos e custo da cirurgia. Identificar fatores de risco modificáveis para a catarata pode ajudar a estabelecer medidas preventivas e reduzir o gasto, bem como carga clínica causada pela doença", afirma o autor Juan Ye, da Zhejiang University, na China.
A equipe analisou 12 grupos e oito estudos caso-controle da África, Ásia, Austrália, Europa e América do Norte, para comparar a prevalência de cataratas relacionadas à idade em indivíduos que fumavam cigarros e aqueles que nunca fumaram.
Outras análises de subgrupos foram realizadas com base na classificação dos participantes como ex-fumantes ou fumantes atuais e três subtipos de cataratas relacionadas à idade. Os resultados mostraram que todos os indivíduos que fumaram cigarros tinham um maior risco de catarata relacionada com a idade, com um maior risco de incidência entre os fumantes atuais.
Na análise de subgrupos, os ex-fumantes e os atuais demonstraram uma associação positiva com dois dos subtipos da doença: catarata nuclear, quando a turvação é no núcleo central do olho; e catarata subescapular, quando a turvação ocorre na parte de trás da cápsula do cristalino.
A análise não encontrou nenhuma associação entre o tabagismo e a catarata cortical, em que a turvação afeta o córtex da lente. Enquanto a análise global sugere que fumar cigarros pode aumentar o risco de catarata relacionada à idade, os pesquisadores apontam que mais pesquisas ainda são necessárias para esclarecer os mecanismos subjacentes.
"Acreditamos que nossa análise pode inspirar estudos de mais alta qualidade. A pesquisa mostrou que a associação entre tabagismo e risco de catarata relacionada à idade diferem por subtipos, sugerindo que os processos fisiopatológicos podem ser diferentes em diferentes tipos da doença", conclui Ye.
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