Pesquisadores da George Mason University, nos Estados Unidos, descobriram que um composto encontrado no açafrão é eficaz no combate de infecções virais. Ensaios clínicos mostraram que a curcumina é capaz de impedir o vírus que causa a Febre do Vale Rift de se multiplicar nas células infectadas.
A líder da pesquisa Aarthi Narayanan e seus colegas há muito tempo queriam explorar as propriedades do açafrão no combate a infecções, particularmente o componente chave, a curcumina.
"O açafrão muitas vezes não é levado a sério porque é um tempero. Mas descobrimos que ele é capaz de interferir na forma como o vírus assume o controle das células saudáveis, impedindo que infecções causadas por uma variedade de vírus se espalhem", afirma Narayanan.
A equipe estudou a ligação entre o vírus da febre do Vale Rift e como ele afeta o hospedeiro humano ou animal e identificou pistas sobre o funcionamento interno do corpo durante a infecção.
Os sintomas podem tornar difícil para uma pessoa se recuperar. O corpo geralmente começa com uma resposta inflamatória exagerada, pois não sabe por onde começar a livrar-se do vírus. Muitas vezes, o corpo vai além do que é necessário. E isso não é bom porque influencia um grupo de células em torno da infecção que não detectaram o vírus. Essa é uma maneira pela qual a doença se espalha através do corpo. E por isso é muito importante controlar o hospedeiro porque muitas vezes a forma como ele responde contribui para a doença", explica Narayanan.
A pesquisa sugere que a curcumina é capaz de influenciar a forma como o vírus assume o controle das células saudáveis, impedindo que infecções causadas por uma variedade de vírus se espalhem e controlando a resposta do hospedeiro à infecção.
Segundo Narayanan, a curcumina pode ser parte de terapias medicamentosas que auxiliam no combate a vários tipos de infecções virais, entre elas a febre do Vale Rift. "Eu sei que isso funciona porque já vi isso acontecer na vida real. Como o tempero todos os dias e isso já ajudou a combater infecções de garganta causadas por vírus no meu filho", afirma a pesquisadora.
A equipe afirma que há mais trabalho a se fazer antes que drogas a base de curcumina sejam colocadas na prática clínica. Eles planejam testar 10 versões diferentes do composto para determinar qual delas funciona melhor e pretendem aplicar a pesquisa para outros vírus, incluindo o HIV.
Saúdenet