Uma equipe internacional de pesquisadores identificou dez novos genes relacionados à diabetes tipo 2. A descoberta, publicada na revista "Nature Genetics", eleva para 60 o total de regiões do DNA humano envolvidas na doença, que está ligada à obesidade e a uma resistência à insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que ajuda no metabolismo do açúcar no organismo.
Os cientistas, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Michigan, ambos nos EUA, analisaram o DNA de 35 mil pessoas com diabetes tipo 2 e de 115 mil sem.
Os estudiosos conseguiram obter um mapa completo das variações genéticas e dos processos biológicos em torno do problema. Dos dez novos genes observados, um deles mostrou maior efeito sobre os homens e outro, sobre as mulheres. De todos os 60, há os que estão ligados ao envelhecimento, ao processo de crescimento e divisão celular, e ao controle de outros genes, entre outras funções.
Segundo o principal autor do trabalho, Mark McCarthy, do Centro de Pesquisa de Genética Humana Wellcome Trust, de Oxford, essas dez áreas do DNA levam a uma melhor compreensão da diabetes tipo 2, o que pode ajudar na criação de novos medicamentos. Apesar disso, os estudiosos dizem que os genes têm apenas uma pequena influência sobre o desenvolvimento da doença, que está mais ligada a maus hábitos de vida, como alimentação rica em gordura e açúcar e sedentarismo.
O fato de esses dez novos genes terem sido descobertos, porém, não significa que os cientistas já possam dizer qual deles é responsável por qual mudança específica no DNA – o que deve ser o próximo alvo.
Uma nova pesquisa de sequenciamento de genoma está sendo feita em Oxford, com 1.400 americanos e europeus com diabetes e 1.400 sem. Os resultados devem sair em 2013.
Só no Reino Unido, quase 3 milhões de pessoas sofrem de diabetes (90% do tipo 2, o mais comum), e a estimativa é de que outras 850 mil tenham o problema e não saibam, por falta de diagnóstico.
Se não tratada, a diabetes pode causar várias complicações à saúde, como danos cardiovasculares (infarto e derrame), danos aos nervos e cegueira. Mesmo um nível ligeiramente alto de glicose no sangue pode trazer prejuízos a longo prazo, destacam os cientistas.
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