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O Conselho Federal de Medicina (CFM) condena a chamada medicina antienvelhecimento ou anti-aging. Segundo a entidade, faltam evidências científicas que justifiquem a prática. Essa é a conclusão de uma extensa revisão de estudos científicos, informou o órgão nesta segunda-feira, 6.

 

Segundo dados da corregedoria do CFM, nos últimos quatro anos, a entidade já cassou o registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem comprovação científica. Outras dez punições (como suspensão e censura pública) também foram dadas a outros médicos. Os Conselhos Regionais de Medicina também apuram outros casos.

 

Ainda de acordo com o conselho, o trabalho ilegal destes médicos geralmente era agravado pela publicidade imoderada, sensacionalista e promocionais. Muitos deles garantiam resultados, o que contraria o Código de Ética Médica (CEM). " A medicina não é uma ciência de fim e sim de meios. O médico tem que fazer o possível em benefício do paciente, mas nem sempre o resultado é satisfatório" , destaca o corregedor do CFM, José Fernando Maia Vinagre.

 

Quanto à técnica de antienvelhecimento, a principal crítica do parecer do CFM diz respeito à reposição hormonal e à suplementação com antioxidantes, vitaminas e sais minerais, medidas propostas pelos que a prescrevem. O tratamento hormonal utilizado nestas pessoas que buscam o rejuvenescimento era o mesmo usado em pacientes com hipofunção glandular. O tratamento sem a devida indicação coloca a saúde do paciente em risco.

 

O Coordenador da Câmara Técnica de Geriatria do CFM, Gerson Zafallon Martins, alerta que os procedimentos podem causar danos. Há aumento, inclusive, do risco de câncer. " Prescrever hormônio do crescimento para " rejuvenescer" um adulto que não tem deficiência desse hormônio é submetê-lo ao risco de desenvolver diabetes e até neoplasias" .

 

O CFM informa ainda que não se reconhece no Brasil a especialidade médica de antienvelhecimento, bem como não há registros na União Européia e nos Estados Unidos. O Parecer CFM conclui ainda que a modulação hormonal bioidêntica, " vem a ser nada mais que o uso de hormônio fabricado em laboratório, manipulado em farmácia magistral e prescrito com finalidade terapêutica não sustentável cientificamente e, desse modo, não aprovada pelas sociedades medicas acreditadas" , diz o texto.

 

Na avaliação dos conselheiros, a maior longevidade ou aumento expectativa de vida do homem atual não se deve a um tratamento específico e sim a toda uma melhora nas condições de vida. " Estão vendendo ilusão de antienvelhecimento para a população sem nenhuma comprovação científica e que pode fazer mal à saúde. Com a idade, o metabolismo mais lento e a ingestão de algumas substâncias podem aumentar o risco de várias doenças" , alerta a médica geriatra Elisa Franco Costa, que auxiliou nas pesquisas do CFM.

 

 

Saúde.net