O câncer de mama avança em todo o mundo e o Piauí segue as projeções mundiais e brasileiras do aumento no número de casos da doença para este ano. As previsões de especialistas da área no estado são de cerca de 400 novos casos de câncer de mama, neste ano de 2012.
“O câncer é uma doença que nunca vai deixar de existir e ela tem crescido ultimamente por ser uma doença que acomete com mais frequência pessoas de mais idade e como a população brasileira e piauiense está ficando velha, os casos de câncer de mama estão mais comuns, o que eleva os números da doença em todo o mundo”, disse o mastologista e professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Antônio Fortes Pádua Filho.
Maria das Graças Ribeiro, de 49 anos, já fez parte da estatística de pessoas com câncer de mama no estado e comenta sobre a importância do diagnóstico precoce para evitar que a doença possa deixar consequências graves e traumáticas. “Eu descobri que estava com câncer por acaso.
Ao limpar a poeira que havia caído na minha blusa, sobre o seio percebi que estava com um nódulo na mama. “Imediatamente fui ao médico, fiz todos os exames e como estava no início foi retirado apenas o quadrante onde estava o nódulo”, conta a artesã, que há três anos venceu a batalha contra a doença.
Hoje ela é acompanhada por um mastologista e a cada seis meses precisa ir ao médico repetir exames para certificar-se que está tudo bem. Mas confessa que se sente muito bem de saúde e se vê como uma vencedora.
“Descobri que tinha câncer de mama em 2009 e nesse mesmo ano eu fiz a cirurgia. Hoje eu me sinto ótima. Para mim foi uma lição de vida. Quando descobri a doença cheguei a achar que não sairia com vida, mas eu suportei tudo e superei todas as dificuldade e hoje eu sou uma mulher feliz e saudável”, pontuou.
Para Pádua Filho, isso é uma prova de que é possível se obter bons resultados quando a mulher está atenta à sua saúde. Segundo ele, após os 40 anos ela precisar ir ao mastologista anualmente. “É importante que a mulher procure o médico, porque além de ser necessário que ela faça a mamografia uma vez por ano, há também o toque do médico que também é muito eficaz na detecção de nódulos nos seios”, disse.
Vida saudável diminui chances de câncer
Muitos casos de câncer de mama podem ser evitados com medidas simples, pela própria mulher. Ela pode diminuir em até 60% as chances de desenvolver o câncer de mama, levando uma vida com hábitos saudáveis. Só a prática de exercícios físicos, por exemplo, pode diminuir em até 30% os riscos da doença, segundo estudo da University of North Carolina Gillings of Global Public Health, divulgado no final do mês passado.
Pádua Filho explica que 40% das chances que uma mulher tem de desenvolver câncer são resultantes de predisposição genética. Já os outros 60% são resultados de uma vida com maus hábitos, como uma alimentação desregrada, falta de exercícios físicos, consumo de álcool, obesidade, além de um ambiente emocionalmente desequilibrado em casa. “Com hábitos saudáveis a mulher pode evitar a doença ou até mesmo retardar seu aparecimento. Se ela desenvolveria um câncer de mama aos 40 anos, isso poderia ser retardado para os 60 anos, por exemplo, se seguir uma vida saudável”, disse.
O médico explica todas as medidas que podem evitar o câncer devem ser tomadas em conjunto. “Não adianta uma pessoa manter o peso, mas não se exercitar, ou ter um ambiente saudável em casa e não se alimentar direito. Todas as ações devem ser praticadas em conjunto para que a doença possa ser evitada. É fazendo um pouquinho de cada coisa e evitando outras que se chega aos 60%”, comentou o médico.
Câncer mata 150 a cada ano no Piauí
Segundo Pádua Filho, morrem por ano, no estado, vítimas do câncer de mama, cerca de 150 mulheres. O número, de acordo com ele, não é tão alto. “Morrem no Piauí, por ano, uma média de oito mil mulheres por vários motivos e aquelas que vem a óbito por causa do câncer são apenas 150. Isso pode ser considerado um número baixo”, afirmou.
Para evitar que a doença chegue a um quadro irreversível ou evolua para óbito a melhor maneira ainda é o diagnóstico precoce. Por causa disso, Gilsa de Fátima Gonçalves, de 55 anos de idade, conta que vai periodicamente ao médico. “Foi detectado um nódulo no meu seio, há três anos, mas não era maligno, no entanto eu tive que operar. Depois disso, minha atenção ficou redobrada e eu não deixo de ir sempre ao médico para ser avaliada”, comentou.
O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum nas mulheres (com exceção dos tumores de pele) e a segunda causa de morte por câncer em mulheres, vindo após o câncer de pulmão. Se diagnosticado em fases iniciais, o câncer de mama tem ótimas chances de cura, com uma sobrevida de 5 anos de 97%. Mesmo quando o diagnóstico não é tão precoce, novas terapia têm possibilitado muitas mulheres viver com a doença e apresentar uma boa qualidade de vida.
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