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No último sábado, 28, o primeiro transplante de ovário do país foi realizado com sucesso no Hospital São Marcos, em Maringá, no Paraná. A paciente de 29 anos, Mariana Gerep de Morais, que sofria de menopausa precoce desde os 19, recebeu uma parte do ovário da irmã gêmea, Elisa Gerep de Morais.

 

O Dr. Carlos Gilberto Almodin, pesquisador especializado em reprodução humana da Universidade Federal de São Paulo, foi responsável pelo trabalho que possibilitou Mariana recuperar sua vida sexual e hormonal, inclusive a chance de engravidar.

 

— O mérito da nossa pesquisa foi transplantar apenas uma parte do tecido, porque até então, todo mundo estava tentando transplantar um ovário inteiro, havendo assim uma maior chance de rejeição. Nós separamos somente a parte necessária para o procedimento e implantamos, e o resultado foi maravilhoso. Esse foi um grande avanço científico e tecnológico. Serão 8 meses para avaliarmos o resultado do implante. Assim que for notada a aceitação do ovário e a recuperação da Mariana, podemos planejar que ela engravide.

 

O médico iniciou as pesquisas em 1999 para restaurar a fertilidade de mulheres com câncer que tiveram os ovários comprometidos devido ao tratamento oncológico — que figuram o público principal do estudo.

 

No entanto, Mariana pôde se beneficiar do trabalho de Almodin porque tinha uma irmã gêmea univitelina, ou seja, o transplante não seria rejeitado.

 

Ele explica que o número de mulheres que sofrem de menopausa precoce ou que têm irmã gêmea-idêntica apta para um transplante bem sucedido é muito pequeno, mas a ideia é avançar nos métodos de reprodução para pacientes que fazem tratamento para câncer e, futuramente, permitir que mulheres possam fazer a própria reposição hormonal quando entrarem na menopausa — diminuindo os efeitos do uso medicamentos.

 

Se comprovada a eficácia do procedimento, este tipo de transplante poderá ser acessível ao público.

 

— Em pouquíssimo tempo este tipo de procedimento será muito corriqueiro, inclusive pelo SUS. Nós já temos bons serviços públicos de reprodução, como o Pérola Bayton, em São Paulo. Já temos equipe técnica competente e temos tudo para isso acontecer no ano que vem.


R7