Os benefícios da Medicina Hospitalar foram discutidos no fim de semana durante curso promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, no Hospital Getúlio Vargas (HGV). A ideia é trazer o método para o Piauí, que consiste em otimizar a gestão de leitos e dar segurança ao paciente, através da figura do médico hospitalista e sua equipe.
O curso foi ministrado pela médica piauiense Patrícia Melo, que contou ainda com os palestrantes gaúchos Guilherme Barcellos e José Dora, da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar. Renomados profissionais da área hospitalar do Piauí também participaram do evento.
Para superintendente de Assistência à Saúde da Sesapi, Ernani Maia, a ideia é trazer a especialidade para o maior hospital público do Piauí. "Isso se reflete por causa da preocupação do governo estadual em adotar novas práticas administrativas que tragam melhoras ao paciente. Estamos certos que esta prática é econômica e salva vidas com mais eficácia. Neste curso foi plantada uma semente. Como resultado, vislumbra-se lógica assistencial e lógica administrativa operando de forma associada, com foco no paciente e na eficiência dos serviços. Está provado que a qualidade pode reduzir custos”, destaca o superintendente da Sesapi.
A medicina hospitalar reduz em até 15% a permanência do paciente no leito e em 13% o custo hospitalar. Isso graças a uma assistência continua de segunda a sexta e através de equipes nos fins de semana. Geralmente o médico hospitalista é um clínico geral.
Carlos Iglezias, diretor do HGV, disse que apóia e luta diariamente por toda e qualquer iniciativa visando melhorias naquele hospital “Estamos reinventando a forma de se fazer saúde pública no Piauí e agora sentimos que em outros estados e em outros países os médicos hospitalistas colaboram através de um modelo respaldado por referências bibliográficas consagradas e evidências específicas, cujos dados apontam expressiva redução de custos com mais eficiência e qualidade”, afirmou.
A ministrante do curso, Patrícia Melo, adianta que o Estado sai na frente de outros do Nordeste, pois já pensa em formar equipes de hospitalistas para atuar em alguns hospitais do Piauí. Ela garante que o curso é um marco na medicina local. “Está comprovado que os hospitalistas são médicos que têm habilidades especiais e interesse no manejo de pacientes hospitalizados. Este profissional atua como o médico assistente após aceitar a transferência da responsabilidade do médico de atenção primária pelo paciente. A Sesapi deverá montar essa especialidade daqui a dois anos e o HGV já pensa em formar equipes, por isso esse seminário é pioneiro”, explica.
Especialistas apontam que a Medicina Hospitalar vem apresentando fascinante crescimento, melhorias expressivas na qualidade da assistência médico-hospitalar, abertura de milhares de postos de trabalho e conquista de melhor remuneração do trabalho médico, fato que tem gerado interesse em diversos profissionais. O membro da sociedade brasileira de Medicina Hospitalar e um dos palestrantes do curso, Guilherme Barcelos, afirma que é uma área que ainda tende a crescer em todo o Brasil. “Trata-se de um modelo ainda embrionário em nosso meio, temos o Hospital das Clinicas do Rio Grande do Sul que desponta como referência nacional. Agora o Piauí mostra interesse em montar este projeto para ser paulatinamente discutido e aproveitado nos seus hospitais de maior fluxo de pacientes”, reiterou.
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