• hospital-de-olhos.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg
rapamicinaUma equipe de cientistas espanhóis conseguiu demonstrar em cobaias que a combinação de duas drogas pode eliminar com mais eficácia os tumores de fígado, informou nesta quarta-feira, 02, a edição digital da revista Science Translational Medicine. Os remédios, que servem para inibir uma proteína chamada mTOR, consegue regredir o hepatocarcinoma, frear o crescimento do câncer e destruir as células cancerígenas, aponta a pesquisa desenvolvida por cientistas da Idibell (Instituto de Pesquisa Biomédica de Bellvitge), situado no nordeste da Espanha.

Os pesquisadores compararam os efeitos de dois inibidores de mTOR em ratos de laboratório e agora deverão comprovar se os mesmos também são capazes de gerar efeito nos tumores de fígado humano. O primeiro dos remédios é um derivado da rapamicina (RAD001), que é comercializado como um imunossupresor e usado para tratar alguns cânceres, enquanto o segundo é uma droga identificada como BEZ235, usada para inibir a proteína mTOR.

Durante o estudo, os investigadores comprovaram que a combinação dessas duas drogas gerava efeitos mais potentes do que o apresentado por cada um deles separadamente. A administração conjunta de RAD001 e BEZ 235 freia a expansão do tumor e provoca a autodestruição das células cancerígenas. Por conta destes resultados, os cientistas iniciaram um teste clínico nos Estados Unidos, que está financiado pela empresa Novartis, para avaliar a eficácia desta combinação em humanos. Segundo a coordenadora do estudo, Sara Kozma:

— O fato da rapamicina e seus derivados já estarem aprovados para o tratamento de outras patologias sugere que sua combinação com BEZ 235 poderia ser uma estratégia rápida para provar a eficácia deste remédio e acelerar sua aprovação para uso clínico.

O câncer primário de fígado ou carcinoma hepatocelular é o quinto câncer mais comum e, devido a sua agressividade, é o terceiro que mais mata. Aproximadamente meio milhão de pessoas em todo mundo sofre com câncer primário, sendo que dois de cada três casos estão relacionados com alcoolismo crônico, exposição de agentes tóxicos e infecções por hepatite B e C. A terceira parte restante está vinculada com a esteatohepatitis não alcoólica, uma doença relacionada com a obesidade e cada vez mais presente.


EFE
Foto: divulgação