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O medo de passar fome faz muitas mães alimentarem mal seus filhos, aumentando o risco das crianças se tornarem obesas, de acordo com um estudo divulgado neste sábado, 28, em um encontro de pediatria em Boston, nos Estados Unidos.


Os pesquisadores perceberam que as mesmas famílias que vivem em situação de “insegurança alimentar”, isto é, a beira da fome, também são as mesmas cujos integrantes geralmente estão acima do peso.


“Entender as razões do porque a pobreza coloca as famílias em maior risco de obesidade é essencial para chegar ao ponto da epidemia [de obesidade]”, diz Rachel Gross, autora do estudo e professora assistente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina Albert Einstein e do Hospital da Criança de Montefiore em Nova York.


A pesquisadora e seus colegas entrevistaram 201 mães de famílias de baixa renda – a maioria de origem hispânica, que tinham filhos com idades abaixo de seis meses. Elas foram questionadas acerca da alimentação que davam aos filhos, ou seja, se amamentavam e davam mamadeira, e se preocupavam com o sobrepeso deles.


Estudos mais recentes mostram que padrões de alimentação ligados à obesidade geralmente começam na infância. Os resultados mostraram que cerca de um terço dessas mães mostraram estar em situação de insegurança alimentar.


"Descobrimos que a insegurança alimentar está relacionada ao controle de práticas de alimentação, que foram relacionadas ao aumento da obesidade infantil", disse Gross. "Essas práticas de alimentação controladoras envolvem tanto a restrição, em que os pais limitam o consumo da criança, mesmo se o bebê está com fome, quanto quando o pai incentiva a criança a comer mais, mesmo se a criança está satisfeita", reitera Gross.




G1