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Em abril, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) promoverá, no Rio, seminário dedicado aos problemas das articulações do ombro, quadril, joelho e pé – quem já sentiu dor nessas regiões sabe o tamanho do incômodo! Voltado para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais das áreas afins e estudantes, vai se estender por todo o mês, sempre às quintas-feiras.

 

O coordenador do projeto é o geriatra Rodrigo Buksman, um dos responsáveis pela Área de Medicina Interna do Into (Instituto de Nacional de Traumatologia e Ortopedia), que fez sua formação complementar em geriatria pela Mount Sinai School of Medicine, da New York University, e é especialista da SBGG. Há cerca de 12 milhões de brasileiros, o equivalente a 6,3% da população adulta, com osteoartrite, doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens com inflamação. A prevalência entre idosos é enorme: depois dos 65 anos, 85% apresentam evidência radiológica de osteoartrite. A figura do geriatra é fundamental na estrutura do Into porque, apesar de ser um hospital ortopédico, cabe à equipe de clínicos supervisionar o pré e o pós-operatório: na primeira fase, avaliando o risco cirúrgico dos pacientes; na segunda, zelando para que a recuperação garanta o sucesso da cirurgia.

 

“Escolhemos as articulações de ombro, quadril, joelho e pé porque são as mais incapacitantes quando aparece um problema. Utilizamos como parâmetro dois pilares: a dor e a impotência funcional”, afirma o doutor Buksman, acrescentando que o sinal de alerta é quando surgem limitações para realizar as atividades diárias. Ele avalia que a saudável preocupação de fazer exercício deve estar associada à supervisão de um profissional, de forma a não sobrecarregar as articulações: “não adianta pegar um par de tênis velhos, de solado duro, e andar quilômetros. Assim como há falência de órgãos e sistemas à medida que envelhecemos, se o corpo não for preservado ocorre a insuficiência articular, que terá impacto na mobilidade e na independência do indivíduo. Quem é mais velho e começa a frequentar uma academia sem supervisão tem grandes chances de se lesionar, por isso é preciso ter bom senso”. Na sua opinião, não basta fazer 150 minutos de atividade aeróbica por semana, o equivalente a 30 minutos diários nos dias úteis. Também é importante complementá-la com musculação, alongamento e equilíbrio, de preferência três vezes por semana.

 

Há fatores de risco além da idade e da genética, como obesidade e o estresse da repetição de movimentos, que afeta com frequência os atletas. O doutor Buksman é uma referência em sarcopenia, conceito que engloba perda de massa muscular, força muscular e desempenho físico. Tais parâmetros envolvem indiretamente as articulações: “uma boa nutrição e atividade física são fundamentais para o músculo, que por sua vez protege a articulação”, explica. Para o tratamento da osteoartrite, as modalidades são a farmacológica, com a prescrição de medicamentos; a não farmacológica, com diferentes terapias para cessar a dor e recuperar os movimentos; e a cirurgia. O geriatra alerta que o uso indiscriminado do antiinflamatórios pode provocar hemorragia digestiva, por erosão da parede gástrica, e outras graves complicações, como insuficiência renal.

 

G1