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No contexto do Junho Vermelho, campanha que incentiva a doação de sangue, especialistas alertam para a importância desse gesto simples e voluntário no tratamento de pacientes com câncer.

A transfusão sanguínea é um recurso essencial para garantir a continuidade e a segurança de terapias oncológicas, especialmente nos momentos mais delicados do tratamento.

Em entrevista à Catraca Livre, a dra. Marta Lemos, coordenadora do serviço de hemoterapia e terapia celular do A.C.Camargo Cancer Center, explicou melhor o papel vital do sangue na oncologia.

Quando transfusões são parte do tratamento oncológico? Segundo a especialista, pacientes com câncer podem ter sua produção de sangue comprometida, seja pela própria doença ou pelos efeitos do tratamento.

“Os principais fatores que determinam a necessidade de transfusão de sangue em pacientes com câncer estão relacionados à diminuição da produção do sangue ou a perda por sangramentos”, explica Marta.

A produção reduzida é comum em quadros de leucemia ou após sessões de quimioterapia e transplante de medula óssea, por exemplo.

Já as perdas sanguíneas acontecem, por exemplo, durante cirurgias. Em ambos os casos, a reposição com sangue doado é indispensável.

Não há um único momento mais crítico no tratamento contra o câncer quando se trata de transfusões. “Todos os momentos são críticos e devem ser monitorados e atendidos imediatamente, de acordo com a necessidade de cada paciente”, afirma a médica.

Essa urgência exige que os estoques de sangue estejam sempre abastecidos. “O sangue tem prazo de validade, por isso as doações precisam ser contínuas”, reforça.

Estoques garantem a continuidade dos tratamentos Os hospitais atuam de forma permanente na manutenção dos estoques para não interromper tratamentos, como quimioterapia, cirurgias e transplantes.

No A.C.Camargo Cancer Center, de janeiro a maio de 2025, as transfusões de sangue foram fundamentais para diversas áreas, a maior parte foi direcionada às Unidades de Internação (38%) e à UTI Adulto (26%).

A escassez de sangue pode comprometer diretamente o atendimento de pacientes, especialmente os internados nessas alas.

“Pacientes em acompanhamento em unidades de internação ou UTI geralmente estão em uma fase mais delicada do tratamento, o que pode demandar intervenções mais intensivas, incluindo transfusões de sangue”, pontua Marta.

Embora o tipo O negativo seja conhecido como “sangue universal” e frequentemente necessário, todos os tipos sanguíneos precisam estar disponíveis para que os hospitais consigam atender a diferentes perfis de pacientes. “É fundamental manter estoques de todos os grupos”, alerta a coordenadora.

Mitos afastam doadores Dúvidas e mitos ainda afastam parte da população da doação de sangue. Entre os equívocos mais comuns estão afirmações como: “Se eu doar sangue, terei que doar sempre, senão o sangue engrossa” ou “doar sangue é bom para afinar o sangue”.

Para Marta, esses mitos precisam ser combatidos com informação clara e segura.

“O corpo humano possui mecanismos naturais de regulação para a produção de sangue. Quando uma pessoa doa sangue, o organismo repõe o volume de forma adequada, conforme a necessidade”, esclarece.

Outro mito comum envolve o medo de contrair doenças durante a doação. A especialista é enfática: “A doação é totalmente segura. São utilizados materiais estéreis e descartáveis, e há rigorosas técnicas de assepsia para eliminar qualquer risco de contaminação. Não há contato com o sangue de outras pessoas.”

Informação salva vidas Por isso, Marta destaca que a principal ferramenta para combater o medo é a informação.

“O principal caminho para combater receios é a informação. A informação correta desmistifica e pode motivar alguém a se tornar doador, um gesto que salva vidas, especialmente de pacientes em tratamento contra o câncer.”

Doar sangue é um ato de solidariedade e responsabilidade social. Em um cenário em que o câncer ainda é uma das principais causas de morte no Brasil, a doação pode ser o que permite que um tratamento continue e uma vida seja salva.

Se você está saudável, tem entre 16 e 69 anos e pesa mais de 50 kg, procure um hemocentro e doe. Seja você também parte da corrente que salva vidas.

Catraca Livre