Sabemos que a principal causa da doença de Parkinson é a degeneração das células da região do cérebro que produz dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos do corpo. Um tratamento é feito exclusivamente para repor essa substância ausente, mas também apresenta efeitos colaterais.
Em alguns casos, a reposição do neurotransmissor, conhecido como “hormônio da felicidade”, ocorrem através do uso do medicamento levodopa. Ele pode causar complicações psiquiátricas semelhantes ao abuso de drogas.
Pesquisadores do Karolinska Institutet descobriram, por meio de um estudo, que pacientes que utilizam levodopa no tratamento do Parkinson podem desenvolver um problema chamado síndrome de desregulação da dopamina (DDS), que ocorre de forma semelhante ao que acontece com o abuso de drogas.
A constatação foi feita após um experimento com camundongos com Parkinson que também desenvolveram DDS. O efeito viciante do medicamento vem da sua capacidade de hiperativar um grupo de neurônios localizados no sistema de recompensa. Esses neurônios são responsáveis por expressar o receptor de dopamina D1 (D1R) nos gânglios da base – estruturas cerebrais que ajudam a controlar os movimentos musculares e a postura.
A ativação anormal leva à desregulação de proteínas específicas envolvidas na função neuronal. Como resultado, pacientes podem sentir que não estão recebendo medicamento suficiente. O processo de compreensão da origem das complicações é essencial para o desenvolvimento de tratamentos que ajudem a combater problemas psiquiátricos enfrentados por pacientes com Parkinson.
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