O livro A Geração Ansiosa, escrito pelo psicólogo Jonathan Haidt, vem tendo grande repercussão mundial porque discute o papel prejudicial das redes sociais sobre o aprendizado, saúde mental e sociabilidade dos adolescentes. Em diversos países, há uma mobilização de pais e educadores para uma restrição total do uso de celulares por crianças menores de 12 anos e de redes sociais por crianças menores de 14 anos.
Muitos críticos de peso científico vêm contestando o radicalismo do autor ao afirmar que a Meta é culpada por todas as mazelas mentais e comportamentais. O fato é que não há provas de causalidade entre as mídias sociais e a saúde mental dos jovens, segundo grande parte dos artigos científicos publicados até a atualidade.
A Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina Americana (Nasem), entre outras, publicou um parecer em que deixa claro que os estudos atuais que relacionam as redes sociais à saúde demonstraram efeitos e associações muito fracos, contrariando a sociedade que pensa coletivamente no sentido oposto.
Segundo o Instituto de Pesquisa Pew, cerca de 9 em cada 10 crianças e adolescentes de 13 a 17 anos acessam constantemente o YouTube, e as proporções caem para as redes sociais mais problemáticas como TikTok e Instagram (6 em cada 10 crianças). As meninas costumam acessar mais as redes sociais do que os meninos.
A questão é termos normas nas redes sociais para proteger nossas crianças. Outro detalhe é os pais não usarem as redes sociais para ganhos secundários a eles, com menos trabalho e atenção nos aspectos educacionais e de convivência.
Para cada período da infância e com a ajuda de especialistas, é possível um uso adequado e não nocivo das redes sociais. Demonizar as redes sociais por si só me parece algo vazio, apesar de todos os cuidados necessários e pertinentes que pais, educadores e sociedade devem ter.
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