Em 22 anos, 89.875 brasileiros morreram por um dos quatro tipos mais comuns de hepatites virais. Desse total, 75,9% está associado ao tipo C (HCV), diz o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, publicado nesta sexta-feira (26) pelo Ministério da Saúde. Embora os dados do relatório sejam referentes ao ano passado, as informações sobre óbitos vão apenas até o ano de 2022, última base finalizada no SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade).
Nesse período, foram 68.189 óbitos associados à hepatite C, sendo que 35.807 (52,5%) tinham a infecção como causa básica. Apesar do número alto, o relatório mostra que o total de óbitos por HCV caiu pela metade no Brasil nos últimos dez anos. Em 2022, 917 morreram da doença, o menor número da série histórica. O coeficiente de mortalidade, no ano, foi de 0,5 mortes para cada 100 mil habitantes contra 1 em 2012.
Chama a atenção que a maioria das vítimas fatais são homens, 64,3% em 2022. Isso levou o país a uma razão de 18 mortos de gênero masculino para cada 10 mulheres pela doença. Essa discrepância é maior, inclusive, que a diferença no número de diagnósticos: com 13 homens testando positivo para o HCV a cada dez mulheres. A diferença é ainda mais visível quando vistos os coeficientes de mortalidade: 0,6 óbito a cada 100 mil habitantes no caso dos homens e 0,4, para as mulheres.
Entre as regiões, há uma concentração dos óbitos no Sudeste (55,4%), seguido pelo Sul (23,9%), Nordeste (11,1%), Norte (5,1%) e Centro-Oeste (4,4%). Essa distribuição geográfica dos óbitos espelha o que acontece com o número de casos de hepatite C no país, mantendo uma equivalência estatística.
Prevenção é o melhor cuidado para a doença Embora as hepatites A e B sejam imunopreveníveis, não existe uma vacina para o HCV. Para 80% das pessoas, as fases iniciais da doença não apresentam sintomas, fazendo com que seja descoberta apenas quando já está na forma crônica. As melhores formas de evitar a doença são usar preservativo em todas as relações sexuais e evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Além disso, o Ministério da Saúde destaca a importância da testagem, que é disponibilizada de forma gratuita em todo o Brasil. Seguindo os objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, a pasta espera eliminar as hepatites virais como um problema de saúde pública até 2030.
R7