O CFM (Conselho Federal de Medicina) encaminhou um documento à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que pede a revogação da resolução que proíbe a venda e uso de produtos à base de fenol em todo o país.
Segundo o texto, a substância tem diversos usos no campo médico, “desde tratamentos neurológicos, como o manejo de dor crônica e redução de espasticidade [aumento do tônus muscular no momento da contração muscular, causado por uma condição neurológica anormal] até procedimentos urológicos e dermatológicos”.
A Anvisa restringiu a comercialização do ácido em 25 de junho depois da morte do empresário Henrique Chagas em uma clínica dermatológica irregular (relembre).
A manifestação também é assinada pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica). As entidades defendem que o produto é seguro “desde que em obediência a normas e protocolos médicos estabelecidos”.
“Em relação à segurança, apesar do fenol ser uma substância potencialmente nefrotóxica, hepatotóxica e cardiotóxica, através da adequada seleção e avaliação prévia do paciente, do preparo que antecede o procedimento, do cálculo meticuloso da dose administrada, bem como da correta técnica e condução durante e após a aplicação, os riscos são minimizados e o procedimento torna-se extremamente seguro, com mínimas taxas de complicações”, ressaltam.
O documento também explica que as arritmias cardíacas foram registradas em até 23% dos casos de peelings profundos. Porém, com o controle da dor, hidratação adequada, ambiente próprio e técnica de aplicação correta, a possibilidade cai para menos de um terço deste valor. “Assim, a incidência de arritmias cardíacas em humanos depende diretamente do método de monitoramento, da avaliação prévia do paciente, técnica de aplicação e conduta durante o procedimento”, ressaltam.
Relembre O empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, morreu depois de passar por um procedimento estético conhecido como peeling de fenol, no dia 3 de junho, em São Paulo. Segundo o laudo do IML, a morte foi causada por um edema pulmonar agudo. Após inalar o fenol, a vítima teve um edema, além de lesões internas, isso provocou uma parada cardiorrespiratória irreversível.
A responsável era a influenciadora Natalia Becker, indiciada por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Ela responde em liberdade.
R7
Foto: Reprodução/Record Brasília