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A perda de peso e o controle da diabetes têm sido apenas o começo para medicamentos como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Zepbound. Novos relatórios sugerem que eles podem ter outros benefícios de longo prazo no tratamento de diversas condições, como doenças cardíacas, hepáticas, Parkinson e ansiedade. Esses dados têm estimulado a pesquisa entre as empresas que competem na mais recente corrida do ouro da indústria farmacêutica.

O Ozempic e o Wegovy, da Novo Nordisk, assim como o Mounjaro e o Zepbound, da Eli Lilly — nomes comerciais para medicamentos que tratam diabetes tipo 2 e obesidade — são os mais conhecidos de uma classe crescente de medicamentos agonistas do GLP-1. Eles imitam a função de um hormônio intestinal envolvido na regulação do açúcar no sangue e do apetite.

Inicialmente, esses medicamentos foram aprovados para tratar diabetes e, mais recentemente, obesidade. No entanto, à medida que mais pessoas os utilizam, estão surgindo novos sinais de outros benefícios. A Novo reuniu dados comprovados e aprovados pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), agência federal dos Estados Unidos, em março para adicionar benefícios cardiovasculares ao rótulo do Wegovy. Na quarta-feira (17), a Lilly também anunciou que estava considerando uma expansão do rótulo para o Zepbound após um estudo de fase avançada descobrir que o medicamento “melhorou significativamente os sintomas da apneia do sono”, o que significa que o medicamento “tem o potencial de ser o primeiro tratamento farmacêutico para a doença subjacente”, de acordo com o vice-presidente sênior de desenvolvimento de produtos da Lilly, Jeff Emmick.

Empresas como Novo e Lilly, assim como concorrentes Boehringer e Zealand Pharma, estão explorando os medicamentos GLP-1 como um possível tratamento para a doença hepática gordurosa. A FDA autorizou pesquisas que envolvem tratamento com paciente para comprovar se eles podem ser eficazes no tratamento da doença renal. Os estudos também indicam que eles poderiam potencialmente ajudar em uma variedade de distúrbios cerebrais, melhorando o humor, a função cognitiva e aliviando os sintomas de condições, incluindo Parkinson, Alzheimer, depressão, transtorno bipolar e ansiedade, áreas que há muito tempo são conhecidas como pontos críticos para o desenvolvimento farmacêutico.

Transtornos relacionados ao uso de substâncias e dependência são outra via promissora, após relatos de redução dos desejos entre pessoas que estão tomando medicamentos GLP-1, embora os cientistas ainda estejam trabalhando para entender o motivo — o medicamento poderia atuar em partes do cérebro e do sistema nervoso, já que também produzem o hormônio GLP-1 ou têm receptores de hormônios relevantes para ele.

Novo e Lilly já arrecadaram bilhões com os medicamentos para obesidade e diabetes e se tornaram algumas das empresas mais valiosas do mundo graças a esses medicamentos. Os analistas estima que esse mercado de medicamentos para perda de peso pode valer US$ 100 bilhões (R$ 527 bilhões) até 2030.

Riscos Embora os ensaios clínicos necessários para levar um medicamento ao mercado sejam extensos, rigorosos e garantam que os produtos sejam seguros e eficazes, eles raramente fornecem um quadro completo de um medicamento. O grande número de pessoas que tomam um medicamento após sua aprovação, especialmente os populares para diabetes e obesidade, pode ser muito maior do que o número de pessoas envolvidas em um ensaio, e tanto as empresas quanto os reguladores monitoram como elas se saem no mundo real. Embora seja empolgante quando relatos e dados reunidos de mais pessoas usando medicamentos indicam novos possíveis benefícios, especialmente em áreas como saúde mental e doenças hepáticas, que há muito escapam dos esforços dos pesquisadores farmacêuticos, também existe a possibilidade de que novas informações sobre efeitos negativos possam surgir. Para medicamentos para perda de peso e diabetes como Ozempic e Wegovy, problemas de saúde mental e um aumento nos pensamentos suicidas têm sido objeto de estudo, embora revisões recentemente divulgadas por agências como a FDA e a Agência Europeia de Medicamentos tenham lançado dúvidas sobre a conexão e afirmado que tal ligação é improvável.

Forbes Brasil