Um novo levantamento publicado no Alzheimer's & Dementia: The Journal afirma que pessoas que são diligentes, extrovertidas e com uma perspectiva positiva sobre a vida têm menos probabilidade de desenvolver demência.
As informações foram publicadas no tabloide britânico Daily Mail.
Na análise, pesquisadores observaram dados de oito estudos que envolveram mais de 44.000 pessoas, com idade que variavam de 49 a 81 anos. Elas foram acompanhadas por até 21 anos. Nesse período, 1.703 desenvolveram demência.
Para a conclusão, foram analisados os cinco grandes traços de personalidade do indivíduo: conscienciosidade, extroversão, neuroticismo, amabilidade e abertura para a experiência. E também quão satisfeitas essas pessoas diziam estar com sua vida.
A análise revelou que pessoas com menos probabilidade de serem diagnosticadas com demência tinham maior conscienciosidade, ou seja, eram mais diligentes e preocupadas em fazer suas tarefas com cuidado e correção. Além de serem extrovertidas e terem uma perspectiva positiva sobre a vida delas.
Participantes que tinham uma personalidade forte em abertura a novas experiências, amabilidade e satisfação com a vida também pareciam ter alguma forma de "proteção" contra a doença.
Por outro lado, pessoas com uma personalidade marcada por sentimentos de raiva, ansiedade, culpa ou medo apresentaram maior risco de diagnóstico de demência.
Para surpresa de Emorie Beck, pesquisadora da Universidade da Califórnia e primeira autora do estudo, no entanto, não foi encontrada nenhuma ligação entre os traços de personalidade e mudanças reais nos cérebros dessas pessoas após a morte.
"Se a personalidade é indicador de desempenho em testes cognitivos mas não em patologia, o que pode estar acontecendo?", afirmou.
Uma explicação mostra que a personalidade se conecta ao risco de demência por meio do comportamento. Outra possibilidade seria a dos traços de personalidade tornarem essas pessoas mais resistentes a danos causados por doenças como o mal de Alzheimer, por exemplo.
Por fim, a equipe responsável pela análise recomendou que sejam incorporados traços psicológicos em triagens clínicas e/ou diagnósticos usados para detectar algum tipo de demência.
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Foto: REUTERS/BRIAN SNYDER