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A hepatite A é uma infecção viral que afeta o fígado, sendo uma preocupação de saúde pública em todo o mundo. O estado de São Paulo registrou aumento de 144% no número de diagnósticos entre janeiro e agosto em comparação com o mesmo período do ano passado.

hepatite

A doença é causada pelo vírus A da hepatite (HAV) e pode variar em gravidade, com maior risco de complicações em adultos e idosos, segundo o Ministério da Saúde.

Entre as hepatites virais, a A é a mais comum. Transmissão A principal forma de transmissão da hepatite A é por via fecal-oral. Isso ocorre quando alguém ingere algo contaminado com fezes de uma pessoa infectada.

A contaminação está frequentemente relacionada a alimentos ou água, bem como à falta de saneamento básico e higiene pessoal.

Além disso, a doença pode ser transmitida pelo contato pessoal próximo, especialmente em ambientes fechados, como domicílios, creches, e também por meio do contato sexual (sexo oral anal), principalmente em HSH (homens que fazem sexo com homens). Os sintomas da hepatite A são inespecíficos e podem incluir fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. Um sinal distintivo é a icterícia, que se manifesta com a pele e os olhos amarelados. Os pacientes infectados também podem apresentar urina escura (em tom semelhante ao de chá-mate ou até mesmo refrigerante de cola), além de fezes amolecidas e esbranquiçadas.

Devido ao aumento do fígado, algumas pessoas com hepatite A também podem ter dor, especificamente no lado direito do abdômen, logo abaixo da última costela.

O quadro geralmente se manifesta de 15 a 50 dias após a infecção e dura menos de dois meses. Crianças pequenas, em particular, podem não apresentar sintomas.

Complicações A hepatite A costuma ter um curso benigno, mas pode se tornar mais grave em uma minoria dos casos. De 1% a 2% dos pacientes podem ter insuficiência hepática aguda, uma condição grave com risco de morte em um curto período.

Quando o atendimento é feito a tempo e da forma correta, existe a chance de a pessoa ser submetida a um transplante de fígado.

Diagnóstico O diagnóstico da hepatite A é realizado por meio de exames de sangue que detectam a presença de anticorpos anti-HAV IgM. Esses anticorpos são indicativos de infecção recente. Também é possível verificar a imunidade passada ou a resposta vacinal por meio da pesquisa do anticorpo IgG.

Tratamento Não há tratamento específico para a hepatite A. Uma vez diagnosticada a doença, o foco é aliviar os sintomas e garantir um balanço nutricional adequado.

Evitar a automedicação é crucial, uma vez que alguns medicamentos podem ser prejudiciais ao fígado.

A hospitalização só é indicada quando os médicos detectam uma inflamação excessiva do fígado.

Nessas situações, é necessário o monitoramento permanente do paciente, até mesmo após os sintomas mais agudos.

Prevenção A prevenção da hepatite A é fundamental e pode ser alcançada por meio das seguintes medidas, conforme destacado pelo Ministério da Saúde:

  • lavar as mãos com frequência, especialmente após usar o banheiro e antes de manipular alimentos;
  • lavar alimentos crus com água tratada, clorada ou fervida, deixando-os de molho por 30 minutos;
  • cozinhar completamente os alimentos, especialmente frutos do mar;
  • lavar adequadamente utensílios e mamadeiras;
  • usar instalações sanitárias;
  • evitar nadar ou brincar em locais próximos a esgoto;
  • usar preservativos e praticar a higiene antes e depois de relações sexuais;
  • imunizar-se: a vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura, sendo a principal medida de prevenção; ela é recomendada para todas as crianças e para adultos com alto risco de exposição à infecção.

A vacinação é parte do calendário infantil, de 1 a 5 anos. Em SP, outros grupos podem ser imunizados nos Cries (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais).

São eles: portadores de hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive portadores do HCV (vírus da hepatite C); portadores crônicos do HBV (vírus da hepatite B); indivíduos com coagulopatias; pacientes com HIV/Aids; com imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora; com doenças de depósito; portadores de fibrose cística (mucoviscidose); de trissomias; candidatos a transplante de órgão sólido (cadastrados em programas de transplantes); transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea); doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea); cadastrados em programas de transplantes; e indivíduos com hemoglobinopatias.

O esquema vacinal para adultos é de duas doses e pode ser feito também na rede privada.

No caso de residências com uma pessoa infectada, é preciso haver uma intensificação da higienização do banheiro, caso ele seja compartilhado com outros moradores.

R7

Foto: Frepik