A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou, nesta segunda-feira (2), que os seus especialistas aprovaram uma segunda vacina contra a malária para crianças, a R21/Matrix-M, desenvolvida pela Universidade de Oxford.
"Como pesquisador da malária, sonhava com o dia em que teríamos uma vacina segura e eficaz contra a malária. Agora temos duas", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva. Os dois imunizantes demonstraram ser seguros e eficazes na prevenção da malária, com um foco especial no continente africano, onde quase 500 mil crianças morrem anualmente devido à doença transmitida por mosquitos.
A adição da R21 à lista de vacinas recomendadas pela OMS é vista como uma resposta à demanda sem precedentes por vacinas contra a malária, já que o suprimento da RTS,S é limitado.
Essa recomendação deve aumentar a disponibilidade de vacinas e beneficiar todas as crianças que vivem em áreas com risco de malária, segundo a OMS.
A vacina R21 demonstrou alta eficácia quando administrada antes da temporada de alta transmissão de malária, reduzindo casos sintomáticos em 75% durante 12 meses após três doses, com manutenção da eficácia após uma quarta dose, um ano depois.
Isso se assemelha à eficácia demonstrada quando a vacina RTS,S é administrada sazonalmente.
Além disso, a vacina apresentou boa eficácia (66%) quando aplicada em um cronograma baseado na idade, mantendo a eficácia após a quarta dose.
Modelagens matemáticas indicam que a vacina R21 terá um alto impacto na saúde pública em várias configurações de transmissão de malária, incluindo áreas de baixa transmissão, acrescenta a OMS em nota.
A um preço de US$ 2 a US$ 4 (R$ 10 a R$ 20) por dose, a vacina R21 é considerada uma opção de custo-eficácia comparável a outras intervenções de malária e vacinas infantis recomendadas.
AFP