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Um novo estudo, conduzido na Universidade da Jordânia e publicado nesta quarta-feira (27) na revista científica Neurology, revela uma ligação preocupante entre a exposição de curto prazo à poluição do ar e um maior risco de AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame. A pesquisa ressalta os perigos imediatos da presença, na atmosfera, de substâncias nocivas à saúde humana.

Nessa abrangente metanálise, que incluiu a revisão de 110 estudos e mais de 18 milhões de casos de AVC, os cientistas examinaram vários poluentes do ar, incluindo dióxido de nitrogênio, ozônio, monóxido de carbono e dióxido de enxofre.

Além disso, diferentes tamanhos de partículas, como PM1, PM2.5 e PM10, foram avaliadas para compreender melhor os riscos associados à exposição.

Os resultados são surpreendentes. A exposição à concentração mais alta de poluição do ar elevou significativamente o risco de ter um AVC apenas cinco dias depois.

O tipo de poluente também influencia no risco derrame. Por exemplo, o dióxido de nitrogênio foi associado a um aumento de 28% do risco de AVC; o ozônio, de 5%; e o monóxido de carbono, de 26%.

Concentrações elevadas de partículas PM1, PM2.5 e PM10 também foram relacionadas a possibilidades maiores de derrame.

Além disso, os pesquisadores identificaram uma correlação entre níveis mais elevados de poluição do ar e uma probabilidade maior de morte por AVC.

O dióxido de nitrogênio aumentou o risco de morte em 33%; o dióxido de enxofre, em 60%; e as partículas PM2.5 e PM10, em 9% e 2%, respectivamente.

O pesquisador Ahmad Toubasi, autor do trabalho, ressaltou a importância desses resultados. “Existe uma associação forte e significativa entre a poluição do ar e a ocorrência de AVC, bem como a morte por AVC dentro de cinco dias após a exposição. Isso destaca a importância de esforços globais para criar políticas que reduzam a poluição do ar, o que pode, por sua vez, reduzir o número de casos de AVC e suas consequências.”

Embora uma limitação desse estudo seja o fato de a maioria dos dados ter sido coletada em países de alta renda, as descobertas acentuam a necessidade urgente de considerar a poluição do ar como uma ameaça à saúde pública, que requer atenção imediata.

R7