A febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF, na sigla em inglês) causou a morte de pelo menos 57 pessoas e mais de 500 casos positivos detectados no Afeganistão desde o início deste ano, segundo confirmaram na quinta-feira (20) autoridades do país à agência de notícias EFE.
"Desde janeiro, 57 pessoas morreram de doença do Congo e mais de 500 casos positivos foram registrados em diferentes províncias do país", disse à EFE o porta-voz do Ministério de Saúde Pública afegão, Sharafat Zaman Amar. O aumento de casos deste vírus no país asiático preocupa as autoridades sanitárias afegãs, que apenas dispõem de recursos médicos e econômicos para fazer face à prevenção de casos e às consequências desta doença endêmica no Afeganistão.
“Essas preocupações são agravadas porque não há vacina ou tratamento para CCHF e o Afeganistão carece de infraestrutura de saúde pública adequada para prevenir, detectar e conter esses casos”, disse à EFE um médico de um hospital público do país.
Além disso, o Banco Central de Sangue do Afeganistão sofre com escassez de sangue e não consegue abastecer os centros de saúde do país, dificultando ainda mais o acesso a um serviço preventivo nas áreas mais vulneráveis. “Infelizmente, é verdade que, devido à sobrecarga de pacientes com doenças do sangue, estamos enfrentando escassez”, disse à EFE o diretor do Banco Central de Sangue, Nasir Sadiq.
Este vírus pode causar surtos graves de febre hemorrágica viral, com uma taxa de mortalidade entre 10% e 40%.
A CCHF é endêmica na África, nos Balcãs, no Oriente Médio e Ásia em países abaixo de 50 graus de latitude norte, limite geográfico do carrapato Hyalomma, que é seu principal vetor.
Agência EFE