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Chamadas de "produtos químicos eternos", as PFAS (família de substâncias perfluoroalquiladas que inclui milhares de compostos químicos, alguns deles potencialmente cancerígenos) se tornaram nos últimos anos motivo de preocupação por parte dos ambientalistas e também por seus possíveis efeitos nocivos à saúde humana.

Essas substâncias são amplamente usadas na indústria devido à resistência ao calor, à umidade, à gordura e à corrosão, o que as torna valiosas em aplicações como revestimentos resistentes a manchas, produtos antiaderentes, espumas de combate a incêndio e muito mais.

Esses compostos químicos são altamente solúveis em água, o que facilita a sua disseminação e a contaminação de fontes de água potável.

Agora, pesquisadores da Universidade do Sarre, na Alemanha, e da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, desenvolveram um método eletroquímico para remover as PFAS da água e liberá-las com eficiência para destruição.

Os resultados do estudo foram publicados no começo deste mês na revista Applied Materials & Interfaces, da Associação Americana de Química. 

O método utiliza um material especial chamado metaloceno, que pode capturar as moléculas de PFAS da água. Quando uma voltagem é aplicada, o material libera essas moléculas, permitindo que o eletrodo seja usado novamente.

"Encontramos um meio pelo qual as PFAS podem ser eficientemente removidas da água e depois liberadas novamente, regenerando efetivamente o eletrodo para uso posterior. Ao contrário do filtro de carvão ativado, que tenho de destruir quando fica saturado com moléculas de PFAS, posso trocar os metalocenos mil vezes, se quiser", detalha em comunicado um dos autores do estudo, o professor Markus Gallei, da Universidade do Sarre.

Os cientistas estão agora trabalhando para tornar esse método capaz de remover PFAS de rios e oceanos, ajudando assim a proteger nossas fontes de água e o meio ambiente.

A Agência Europeia de Substâncias Químicas ressalta que as PFAS são feitas de ligações carbono-flúor, "uma das mais fortes na química orgânica".

Com base nisso, são compostos que resistem por muito tempo no ambiente.

"O comportamento das PFAS no meio ambiente significa que elas tendem a poluir os lençóis freáticos e a água potável, o que é difícil e caro de remediar. Certas PFAS são conhecidas por se acumularem em pessoas, animais e plantas e causarem efeitos tóxicos", detalha a agência.

Estudos científicos têm sugerido uma associação entre a exposição a certos tipos de PFAS e uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios endócrinos, doenças hepáticas, redução da função imunológica e até mesmo câncer.

Embora os mecanismos exatos pelos quais as PFAS afetam o corpo humano ainda não sejam totalmente compreendidos, a preocupação com essas substâncias levou a regulamentações mais rígidas e esforços para limitar seu uso e mitigar a contaminação ambiental.

R7