O ressurgimento recente de casos de sorotipo 3 do vírus da dengue, que é a doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, preocupa especialistas sobre os riscos de uma nova epidemia que será causada por esse sorotipo viral após 15 anos.
Um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenado pela Fiocruz Amazônia e também pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (10), revela que quatro casos da infecção foram registrados neste ano, sendo que em três caso foi registrado em Roraima, que fica na região Norte, e um no Paraná, que se encontra no Sul do País.
O virologista Felipe Naveca, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia e pesquisador do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz, informou que no estudo que foi feito fizeram a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue.
“É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo”. Os sintomas da dengue podem surgir a partir do terceiro dia após a picada do inseto, tem uma média de cinco a seis dias. De acordo com a Fiocruz, a doença é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e também pode causar tanto a manifestação clássica quanto a forma considerada hemorrágica.
Os principais sintomas são a febre alta acima de 39°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, falta de apetite, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo e aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue).
Os sintomas mais graves da enfermidade, que é conhecida como febre hemorrágica da dengue, tem os sintomas iniciais que são semelhantes, mas existe um agravamento do quadro no terceiro ou no quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.
A Fiocruz alterou que nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.
3 min de leitura