Um estudo publicado na quarta-feira (3) no Jornal da Associação Americana de Geriatria sugere uma relação entre o uso regular da internet e um risco menor de desenvolver demência. Pesquisadores da Universidade de Nova York acompanharam 18,1 mil adultos sem demência, com idade entre 50 e 65 anos, durante um período médio de oito anos, em alguns casos durante 17 anos.
Eles concluíram que aqueles que faziam uso regular da internet tiveram metade do risco de desenvolver demência em comparação com aqueles que nunca a utilizavam. A relação manteve-se mesmo quando consideraram outras variáveis, como escolaridade, raça-etnia e geração.
Segundo os autores, os resultados sugerem "que o uso da internet no final da idade adulta pode modular a saúde cognitiva subsequente". O estudo fala de uma "longevidade cognitiva" entre os indivíduos que utilizam a internet nessa faixa etária. Por outro lado, os pesquisadores ressaltam que é necessário entender quantas horas de internet por dia são benéficas, já que o excesso de uso parece ter efeito contrário.
"Além disso, descobrimos uma associação em forma de U entre as horas diárias de engajamento online e o risco de demência. Embora não tenhamos constatado significância estatística devido ao tamanho pequeno de amostra, a tendência consistente dessa associação em forma de U sugere preliminarmente que atividade online excessiva pode ter efeitos cognitivos adversos em adultos mais velhos", escrevem.
Os cientistas defendem a necessidade de realização de novos estudos sobre o tema, já que o trabalho atual apresenta algumas limitações que podem ter impactado os resultados.
"Este estudo examinou adultos sem demência no início dos trabalhos, o que pode ter influenciado as estimativas por excluir indivíduos com demência de início precoce. No entanto, a demência de início precoce é muito rara em pessoas com menos de 65 anos, e conduzimos análises de subamostra que limitaram a amostragem a entrevistados sem sinais de declínio cognitivo", justificam.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), há atualmente, em todo o planeta, 55 milhões de pessoas que vivem com demência; 60% a 70% delas têm Alzheimer.
Com o envelhecimento da população, estima-se que daqui a oito anos a demência deverá atingir 78 milhões de pessoas e, até 2050, 139 milhões de indivíduos.
R7
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