Um estudo realizado pela LMU (Universidade Ludwig Maximilian de Munique), na Alemanha, constatou que morcegos que vivem em áreas mais exploradas pelo homem têm uma prevalência maior de vírus da família coronavírus, aumentando, também, sua possibilidade de transmissão. A descoberta foi publicada no periódico Science Advance.
O coronavírus causador da Covid-19 é apenas um tipo conhecido deles – também há outros que provocam resfriado comum ou até mesmo o Mers-CoV, da síndrome respiratória do Oriente Médio.
Para verificar a afirmação, os pesquisadores cruzaram dados estatísticos de infecções pela família viral de mais de 26 mil morcegos de mais de 300 espécies diferentes, com os dados de cobertura e uso de terras, por meio de meta-análise.
Os estudos mostraram que as espécies que viviam em ambientes com tais modificações estavam mais propensas à infecção pelos vírus do que aquelas que vivem em ambientes com menos intervenções.
Isso se dá pelo estresse sofridos pelos animais, que teriam sua imunidade afetada, estando mais propensos às infecções.
“A modificação da terra muitas vezes significa uma perda de recursos importantes para os animais selvagens. No caso dos morcegos, podem ser locais de forrageamento ou abrigos adequados para hibernação”, diz Vera Warmuth, autora principal do estudo.
Entre os usos de terra que mais influenciam a saúde imunológica destes animais, destacam-se a agricultura, desmatamento e produção de energia, incluindo mineração, impactando os habitats, como florestas, cavernas e minas.
“Nossas descobertas mostram claramente que os animais em ecossistemas perturbados são infectados com mais frequência. Quanto mais fortemente uma área é influenciada por humanos, maior a probabilidade de os morcegos que vivem nessa área serem infectados por coronavírus”, completa.
Os morcegos são conhecidos por serem importantes reservatórios de vírus e os principais hospedeiros animais dos coronavírus.
R7