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marinhaNesta quarta-feira, 20, o Governo do Estado, após a finalização do relatório sobre as ações desenvolvidas para conter o avanço do óleo nas praias do litoral piauiense, decidiu não decretar estado de emergência. De acordo com a governadora em exercício, Regina Sousa, a decisão foi tomada após a finalização do relatório da Marinha do Brasil, em que os indicadores apontam para a diminuição dos resíduos nas praias do Piauí.

A possibilidade do decreto havia sido colocada em pauta depois do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP-PI) alertar para o surgimento de diversas doenças associadas à exposição ao óleo, além da contaminação da água e dos pescados.

O comandante da Capitania dos Portos do Piauí, o capitão Benjamin Dante Duarte, informou ao O Dia que o relatório contém informações detalhadas das ações desencadeadas desde o aparecimento das primeiras manchas de óleo, bem como o prognóstico dos processos de limpeza e monitoramento adotados pelos órgãos. Além da Marinha, também participam das ações o Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro, ICMBio, Ibama, Semar e as prefeituras dos municípios afetados.

A expectativa é de que, a partir de agora, a quantidade de resíduos encontrados diminua gradativamente. Em breve, as praias que ainda estão sendo consideradas impróprias para banho devem ser liberadas e, para isso, uma equipe de químicos está no litoral fazendo análises para avaliar as condições da água. Até o momento, já foram recolhidas 5,4 toneladas de material oleoso nos locais atingidos.

“Tem sido observado uma gradual redução do material recolhido nas praias, o que demonstra que a gente está chegando no nosso objetivo que é a limpeza total das nossas praias para que possa voltar à situação anterior ao aparecimento das manchas de óleo”, afirma o comandante da Capitania dos Portos. Confira no vídeo abaixo a entrevista com o comandante:

O comandante reitera que a avaliação do estado de emergência é uma atribuição de competência do Governo do Estado, com auxílio de órgãos ambientais, como a Semar e a Defesa Civil. No entanto, a Marinha avalia que os trabalhos estão desempenhados com coesão, a partir da cooperação de diversos órgãos, e que há uma pequena diminuição da quantidade de óleo que vem sendo recolhido.

De acordo com a governadora, três navios, dois helicópteros e uma equipe de mergulhadores estão fazendo o monitoramento do mar, para avaliar se não haverá um novo avanço do óleo. A principal preocupação, segundo ela, era de que os resíduos não atingissem o mangue, já que o local é de difícil limpeza.

“Na atalaia só deu 5 kg de resíduos, na Pedra do Sal ainda deu 300 kg, mas amanhã deve estar limpa. Tudo indica que estamos caminhando para não precisar de emergência, porque a emergência era mais no sentido de facilitar as ações, tirar a burocracia, se eu precisasse mandar 10 carros pra lá, se não tivesse um decreto, eu não podia”, destaca Regina Sousa.

No Delta do Parnaíba, considerada Área de Preservação Ambiental (APA), a limpeza é diferenciada. De acordo com o capitão Benjamin Dante Duarte, nas áreas do Delta o acesso é feito por rios e igarapés, sendo feita a retirada também por locais de difícil acesso. "No voo realizado pela aeronave da Marinha contendo um representante do ICMBio foi encontrada uma extensão de danos avaliada em uma tonelada de material oleoso, mas que nós já recolhemos 400 kg”, revela.

A Marinha informa ainda que uma nova reunião dos órgãos ambientais está prevista para os próximos dias, para traçar estratégias e avaliar a situação dos pescadores e das praias impróprias para banho.

portal o dia

Assi Fernandes/ O Dia