O deputado estadual Gustavo Neiva (PSB) voltou a denunciar o “caos” no Estado nos 100 dias de governo Wellington Dias, que “está sem rumo nesse 100 dias de administração. Não há um secretariado nomeado, os secretários de governo não querem avançar, não querem tomar decisão, porque não sabe se vão fica. São 100 dias de interinidade e o estado boiando, sem comando”.
Gustavo Neiva afirmou da tribuna que as secretarias não têm comando, não têm secretário, não se define nada, não se resolve nada. “São 100 dias sem educação, transporte escolar. Já são 60 dias de na grande maioria das escolas não a transporte escolar. Na cidade de São Francisco, os alunos escreveram uma carta aberta à população e ao governador solicitando um direito que é seu. E não é só lá, é praticamente em todo estado do Piauí“.
Neiva falou da audiência com professores e alunos da Universidade Estadual que estão em greve, “porque lá está um caos, sem condições de funcionar, não há estrutura mínima para os alunos assistirem e nem para os professores ministrarem as aulas, é um caos generalizado. A saúde é a mesma coisa pessoas amontoadas nas enfermarias. Os terceirizados sem receber, falta humanização. Visitamos a Evangelina Rosa. Fomos muito bem recebidos pela direção da maternidade, que colocou toda a diretoria à nossa disposição. Mas nós sabemos da precariedade dos atendimentos e não é só na maternidade, mas em todas as unidades hospitalares de responsabilidade do Estado. Em todas elas o caos. Estamos sem segurança. Cidade com mais de 40 mil habitantes não tem uma viatura da Polícia Militar. Um jovem desiludido fez uma campanha para consertar a viatura da polícia militar da cidade de Piracuruca”.
Neiva disse que as delegacias estão sem papel para fazer o boletim de ocorrência. As estradas intrafegáveis, os cidadãos mostrando nas redes sociais, protestando pelas condições das estradas do extremo Sul do Piauí e abandonado a cidade praticamente ilhada, como Riacho Frio, Barreiras, Júlio Borges, Morro Cabeça no Tempo.
“Não existem estradas para essas cidades. Se nós fossemos criticar um principiante, um marinheiro de primeira viagem, que estava em seu primeiro mandato, a gente ainda poderia dar um desconto, um crédito, um tempo, mas já é o quarto mandato de um gestor experiente, que conhece o Piauí. Eles deixaram nosso estado chegar nessa situação, de caos em todos os setores. Nós não podemos dar mais prazo, mais tempo. As necessidades estão aí a olho nu... a situação é caótica e nós não temos a sensibilidade do governo para minimizá-la”, laentou.
Gustavo Neiva reclamou que não se paga terceirizados, fornecedores. “Se não paga nada é claro que está fazendo economia, só que uma economia forçada. Saiu um balanço agora no final de março, mostrando que ficou do mandato passado para esse mandado mais de um bilhão e 200 milhões de reais de restos a pagar. Fora as dívidas que nem contabilizadas, podemos seguramente afirmar que o Estado está mergulhado em uma dívida de mais de 2 bilhões. Essa conta que ele está deixando de um ano para o outro. É pedalada fiscal, mais uma do governo. É uma condição inaceitável”.
O orador reclamou do Ministério Público. “Não é admissível. Os órgãos de controle e fiscalização tem que tomar uma providência o ministério público nos municípios tem que tomar uma providência a educação tem que ser prioridade em qualquer gestão. Nós não podemos nos calar diante de uma situação calamitosa o estado da deriva e a população padecendo nas garras de um governo desumano
Aparte - A deputada Tereza Britto (PV) pediu aparte para dizer que é muito preocupante a situação. “Por onde se anda, aqui na cidade de Teresina e outros municípios, as reclamações da população são os mesmas. O governo não está governando, as instituições não estão funcionando. A Adapi estaria totalmente sucateada sem condições de funcionar, assim como o Emater. A saúde pública, a Evangelina Rosa interditada, a justiça mandando cumprir as responsabilidades. O quadro de pessoal defasado. É assim na Uespi onde há 300 disciplinas sem professor, falta insumos para os laboratórios e as estruturas caindo por cima dos alunos. Há um pedido de socorro dos hospitais Tibério Nunes e Justino Luz".
Teresa Britto acresceu que há muito o que cobrar na Assembleia. "Desde Corrente a Parnaíba, existem solicitações. Nós vamos fazer esse levantamento em todas as instituições e vamos levar ao governador. Se for preciso, nós vamos entrar com ação civil pública para saber o que está sendo feito com o dinheiro do estado, com a arrecadação. Cadê o dinheiro de uma arrecadação que acrescente? Isso é brincadeira, faz de conta que está governando, é brincar com a sociedade, brincar com esta Casa. Nós pedimos aqui ao governador Wellington Dias, que se propôs ser governador do Piauí que ele comece a governar”.
Gustavo Neiva concluiu o pronunciamento falando da entrevista que concedeu sobre os 100 dias de governo. “Essa entrevista não foi veiculada. Eu fui conversar com o repórter e ele me informou de que nenhum deputado da base se dispôs a fazer o contraponto, a defesa do governo. Espero que o governo possa encontrar seu rumo”.
Alepi