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A questão da igualdade em idades mínimas de aposentadoria entre homens e mulheres ainda não tem uma definição dentro do governo, com o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, a favor da igualdade, mas o presidente Jair Bolsonaro, contrário, disse nesta terça-feira o vice-presidente Hamilton Mourão.

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"Isso é decisão do presidente, e o Guedes tem a visão dele e o presidente vai decidir. O Guedes, na visão dele, é todo mundo igual. Mas o presidente não concorda", disse Mourão.

Perguntado se essa divergência entre o ministro da Economia e o presidente não poderia dar problema, Mourão negou.

"O decisor é ele, o presidente é ele, foi ele que foi eleito. Nós somos só coadjuvantes", afirmou.

Documento com proposta de reforma, vazado à imprensa na segunda-feira, contém idade mínima prevista de 65 anos para homens e mulheres, a ser alcançada em uma transição de 20 anos.

Bolsonaro já defendeu uma idade mínima de 57 anos para mulheres e 62 para homens. No entanto, a análise da equipe econômica é que esses números só funcionariam se fossem implantados imediatamente, sem transição, para obter o mesmo ganho econômico que idades mínimas iguais e mais altas, com uma transição de 20 anos.

O vice-presidente, que coordenou a reunião ministerial na manhã desta terça-feira, explicou que o tema não foi tratado no encontro. Guedes apenas confirmou aos ministros que a minuta, à qual a Reuters também teve acesso, não é a versão definitiva do projeto, mas uma das versões que estão sendo trabalhadas.

A decisão final, afirmou, só será feita quando Bolsonaro receber alta do hospital Albert Einstein, onde está internado há 10 dias, depois da operação a que foi submetido para retirada da bolsa de colostomia que usava desde que levou uma facada durante a campanha eleitoral.

A alta, que inicialmente estava prevista para esta quinta-feira, foi adiada, mas sem uma data determinada.

"Temos que aguardar a alta dele, ainda não tem a definição. Pode ser esse final de semana, pode ser no início da semana que vem", disse Mourão, acrescentado que a previsão é de a reforma ser enviada ao Congresso na segunda semana de fevereiro.

De acordo com a Casa Civil, a reunião ministerial se concentrou nas mudanças da estrutura do governo e em questões relacionadas ao desastre de Brumadinho. Segundo o vice-presidente, tratou-se da finalização das operações de resgate de corpos e de como implementar as políticas para impedir um novo desastre.

 

Reuters