Um grupo empresarial chinês, associado com israelenses, está explorando uma mina de diamante no município de Gilbués (815 km de Teresina). André Quixadá que é o secretário estadual de Mineração, Gás, Petróleo e Energias Renováveis afirmou que a DM Mineração é uma mineradora multinacional com capital chinês, israelense e brasileiro e está devidamente licenciada e regulamentada.
A partir de agora, já tem licença para explorar efetivamente os diamantes da região. A DM Mineração investiu US$ 25 milhões em equipamentos e o empreendimento irá gerar 300 empregos de forma direta e indireta. A previsão de extração é de 10 mil quilates de diamantes por mês.
As pesquisas começaram há dez anos, mas agora a produção começou. “Os diamantes de Gilbués já possuem certificação internacional, ou seja, foram devidamente caracterizados, sendo possível a individualização de suas características mais específicas, permitindo que sejam reconhecidos em qualquer lugar do mundo.
O que estou querendo dizer é que os diamantes encontrados em Gilbués são únicos, o que agrega mais valor ao produto”, afirmou o secretário estadual André Quixadá. Segundo ele, fato que merece destaque é que o método de exploração a ser utilizado é o menos agressivo ao meio ambiente, com pouca utilização de água e o máximo respeito à fauna e flora local.
“A atividade mineral na região irá trazer um grande desenvolvimento para o município e, consequentemente, para o Estado, visto que, além do recolhimento dos impostos e encargos da atividade, a região se tornará atraente para novos investimentos”, adiantou André Quixadá.
Quixadá afirmou que foram descobertas reservas de esmeraldas nas regiões de Gilbués, São Raimundo Nonato e Pedro II, enquanto há reservas de diamantes também no município de Monte Alegre. O diamante de Gilbués tem características e qualidades só encontradas da região e únicas no mundo”, falou André Quixadá.
Piauí é o 17º Estado do Brasil em requerimento de pesquisas de minérios
Em seu estudo “Geologia e Recursos Minerais da Folha Riacho Queimadas”, o geólogo Magno de Sá Freitas afirma que, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Estado do Piauí, de 2002 a 2007, ocupou, em média, o 17° lugar no ranking nacional de requerimentos de pesquisa.
Segundo ele, essa ascensão do Piauí no ranking nacional foi devido, em grande parte, aos pedidos de requerimentos de pesquisa de minério em geral, em especial os de ferro (mais de 40% do total de requerimentos), seguido pelo fosfato destinado ao uso de fertilizantes.
Magno de Sá afirma que foram cadastrados 17 novos recursos minerais das mais diferentes classes utilitárias, assim como checados seis recursos anteriormente já cadastrados, totalizando 23 (vinte e três) pontos, distribuídos como 4 ocorrências de granito, 2 ocorrências de ferro, 3 de níquel, 1 de cobre, 3 ocorrências de arenito, 2 de areia, 4 (quatro) de quartzito, 2 (duas) de mármore, 1 de amianto e 1 de pegmatito.
Essas reservas se encontram distribuídas em minerais metálicos (um jazimento e duas ocorrências de níquel, um jazimento de ferro, correspondendo ao ferro e níquel laterítico da Serra do Bacamarte, e um indício de cobre já cadastrado na literatura; insumo para agricultura, uma ocorrência de metacalcário na localidade denominada Caieira, município de Lagoa do Barro do Piauí; materiais para a construção civil (três ocorrências de arenito compacto e silicificado); duas ocorrências de granito industrial, um sendo retirado informalmente para brita e pedra de calçamento e o outro com potencial para uso como rocha ornamental; outra ocorrência se refere a um veio de quartzo (quartzito), sendo explotado informalmente para uso em construção civil local; um depósito de amianto, atualmente soterrado, onde o local virou uma bacia de rejeito, e rochas e minerais industriais (duas ocorrências de mármore).
A região da Folha Riacho Queimadas localiza-se no Sudeste do Estado do Piauí. Foram mapeadas áreas do município de São Francisco de Assis do Piauí, de área próxima da cidade de Lagoa do Barro do Piauí, São João do Piauí e regiões da bacia do rio Parnaíba.
Investimentos devem levar ao desenvolvimento da região
Em sua pesquisa, o geólogo Magno de Sá Freitas encontra jazidas de níquel, amianto e indícios de ouro. “A Folha Riacho Queimadas é, do ponto de vista da geologia econômica, uma das áreas mais importantes da faixa de dobramentos Riacho do Pontal, notadamente no segmento crustal inerente ao Complexo Brejo Seco. Dentre os recursos minerais já detectados, estão duas jazidas, uma de níquel e outra de amianto. Como ocorrências e/ou indícios diretos e indiretos tem-se sulfeto de metais básicos e ouro”, informou.
De acordo com ele, também foram cadastradas, como litologia minério, uma ocorrência de calcário e vários corpos de granito e de quartzito para uso em construção civil. “Embora a área esteja localizada dentro do Polígono das Secas, deve-se levar em consideração a relativa proximidade do rio São Francisco e, de modo especial, os polos econômicos emergentes representados por Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). A região possui mão de obra farta e semiespecializada. Acrescente-se a estes fatos, que qualquer investimento na área ajudaria, sobremaneira, os nordestinos que lá habitam, o que, por si só, já justificaria subsídios do governo, no que diz respeito à infraestrutura básica, abertura de estradas, fornecimento de energia elétrica, água”, afirma Magno de Sá.
Pesquisa aponta indícios de ouro e jazidas de níquel e amianto no Piauí
Magno de Sá afirma, em seu estudo, que uma jazida de níquel localiza-se no quadrante da Folha Riacho Queimadas, a pouco mais de 50 quilômetros de São João do Piauí, nas encostas do corpo serpentinítico da Serra do Bacamarte.
A reserva de ferro é da ordem de 20 milhões de toneladas de minério, enquanto as reservas de níquel chegam a 88 milhões de toneladas, com teor de 1,57% de níquel, segundo informações da empresa Vale.
A jazida de amianto (crisotila) situa-se na zona compreendida a Oeste da Serra do Bacamarte. Estas fibras foram pesquisadas pela empresa Sano Nordeste S/A, Indústria e Comércio para utilização na fabricação de telhas de amianto. Com este intuito, a empresa abriu frente de lavra a céu aberto com direção Norte/ Sul. Inicialmente, foram pesquisados sulfetos de metais básicos em alvos pré-selecionados e restritos.
A reserva medida de fibra de amianto (crisotila) foi de 24.500 toneladas, enquanto que a inferida é de 12.100 toneladas (reserva total de 36.600 toneladas). A previsão de produção anual era da ordem de 3.000 toneladas num período de 12 anos, entretanto a Sano Nordeste S/A, Indústria e Comércio, apresentou ao DNPM renúncia da concessão de lavra em 12 de dezembro de 1991.
“No fim de 1987, averiguou-se que os resultados não eram satisfatórios, procedendo-se, então, amostragem geoquímica de solo e sedimentos de corrente. Verificou-se, então, grande potencial da área para mineralizações auríferas e, sendo assim, toda pesquisa foi redirecionada para ouro. Já no ano de 1989, alvos pré-selecionados (sempre ligados a zonas de cisalhamento) foram detalhados, com abertura de trincheiras e sondagens. As mineralizações eram pontuais e, quando tratadas em termos de volume para lavra, os teores caíam muito. A pesquisa foi encerrada, concluindo-se que a área não era, no momento, economicamente explorável”, diz Magno de Sá.
Mármore
Em relação aos mármores, de acordo com Magno de Sá, aflora, na localidade de Caieira, a cinco quilômetros do município de Lagoa do Barro do Piauí, com dimensões de aproximadamente 750 metros de comprimento e largura variável entre 300 e 600 metros.
“Trata-se de Calcário cristalino, de coloração cinza-claro e cinza-escuro, granulação média a fina e estruturação concordante com xistos encaixantes. Essa ocorrência já foi utilizada informalmente pelos moradores da região para a fabricação de calcário. As ocorrências de mármores estão encaixadas na sequência metapelítica do Grupo Casa Nova, com topografia acentuada formada por dois serrotes com área de aproximadamente 5 quilômetros quadrados cada e altura aproximadamente de 20 metros, situados próximos à sede do município de Lagoa do Barro do Piauí”, falou o geólogo Magno de Sá.
Fonte: Meio Norte