Algumas árvores foram retiradas da Praça Cel. Borges que está em reforma porque estavam mortas e outras porque eram da espécie Nim. Essa última se trata de uma planta que serve de repelentes para alguns insetos.
Hoje na cidade florianense é comum se ver pés de Nim que é uma á arvore que resiste ao clima quente.
Há informações de que essa planta serve para afugentar os pássaros e ainda, pode provocar reações negativas na pele.
A secretária Manuela Simplício, do Meio Ambiente de Floriano-PI, numa entrevista hoje ao piauinoticias quando participava de uma ação social onde se plantaram mais de 100 mudas de plantas no município florianense disse que a Nim está entre as mudas plantadas e lembrou que a mesma não é aconselhada pelo Ibama. Ela disse que alguns pés que havia numa das praças de Floriano foram retiradas.
“Nós tínhamos alguns pés de Nim que foram retirados, inclusive porque para o Ibama o Nim é proibido”, disse a secretária Manuella que acrescentou, “ele ocasiona problema de pele e não faz bem ao meio ambiente. Então retiramos alguns pés de Nim”.
Publicação feita em 2014 sobre a árvore https://estenionegreiros.blogspot.com
O Nim Indiano e a Invasão Biológica do Bioma da Caatinga
Nem faz tanto tempo assim, pois a mais ou menos uma década o Nim (azadirachta indica A.juss), uma espécie vegetal exótica originária da Índia chegava ao Brasil; sendo plantada inopinadamente em vários municípios nordestinos, inclusive em Aurora,CE.
Considerada uma planta extremamente invasora, portanto, com grande poder adaptativo e de propagação o Nim indiano (Neem) como é conhecido vem provocando verdadeiro desequilíbrio nos ecossistemas da região. Malgrado a controvérsia, ainda há quem diga que isso é apenas o começo. Com grandes chances de piorar, caso nada venha a ser feito por parte dos órgãos competentes, é preciso que se diga que a monoarborização (de qualquer espécie) corresponde a uma prática altamente contrária e deletéria à Natureza e sua biodiversidade.
Amplamente utilizada como alternativa para a arborização urbana e rural, a espécie vem sendo dissiminada em vários municípios do Nordeste em geral e do Cariri em particular. Usada, inclusive em alguns casos, como solução para áreas de reflorestamento e quebra-ventos em regiões do semiárido. São tão graves os efeitos provocados pela utilização desregrada do Nim que já podemos chamar esta prática de "desmatamento ou desertificação verde". Tamanha e preocupante já estão sendo as consequências desta alternativa altamente invasora para a fauna e a flora, assim como para os padrões do frágil bioma da caatinga.
A continuidade do uso abusivo do Nim, assim como do próprio Ficus (Ficus benjamina) vem se caracterizando como um literal atentado contra o equilíbrio dos ecossistemas sertanejos, assim como contra o meio ambiente em geral. Visto que podem ocasionar num curto espaço de tempo, dentre outras coisas, a extinção de espécies nativas e edêmicas da região. Notadamente pelo seu rápido ciclo vegetativo e o grande poder de propagação, que termina por eliminar a concorrência, ou seja, as espécies naturais da caatinga. Por sinal, foi sua rapidez de crescimento justamente o que a fez cair nas 'graças dos homens do sertão'.
Contudo, algumas observações elencadas por especialistas dão conta desse perigo iminente que ora pesa sobre a fauna e a flora nordestina.
Para tanto, será interessante observar os seguintes aspectos relacionados ao Nim. Como por exemplo: é repelente natural de modo que não contribue para o habital e alimento de espécies animais, prejudicando assim, o necessário processo de polinização, fundamental tanto para a flora quanta para a fauna. É considerada uma planta abortiva para os animais, incluindo pássaros que, segundo dizem, já estão ficando estéreis.
Alimentando-se dos microorganismos do solo contribuem, desse modo, para o empobrecimento da terra, além de já haver relatos acerca de alguns casos em que o plantio do Nim tenha sido causa de contaminação aquática. Trata-se, portanto, de uma espécie que, além de exótica é danosa para o já maltratado bioma da caatinga, provocando, ao contrário do que muitos pensam, um novo tipo de desertificação.
Ao longo do tempo o Nordeste experimentou algumas plantas exóticas que, com o passar dos anos, passaram até mesmo a serem confundidas como espécies naturais da região, a exemplos da algaroba, castanhola, avelós, etc. Porém, nenhuma destas teve o alto grau de invasão biológica quanto tem o Nim por força do seu poder de adaptação, crescimento, reprodução e eliminação de concorrentes. Como atualmente se encontra, a espécie da Índia terminará por descaracterizar o panorama ambiental geral da caatinga sertaneja, além de acelerar a extinção de espécies e a degradação do solo, provocando, por isso mesmo, uma série de outros malefícios ambientais para os ecossistemas regionais, cujos efeitos estão apenas começando.
Torna-se imperioso, portanto, a intervenção do Estado por meio dos seus órgãos competentes, como igualmente dos estudiosos e demais pesquisadores independentes. Do contrário, daqui a pouco será fato o quase total comprometimento do bioma da caatinga, que aliás é único em todo o mundo.
É urgente que sejam implementadas campanhas de massa na Imprensa, nas escolas e em outras instituições públicas no sentido de informar à população sobre o problema, para que assim se possar evitar o uso indiscriminado da tal planta. Ademais, é preciso que o uso do Nim somente seja feito sob rigorosos controles e critérios no sentido de que se possa proteger e assegurar o equilíbrio do meio ambiente.
O pior é que a disseminação do Nim vem sendo incentivada com o uso de recursos públicos, posto que as próprias prefeituras dos nossos municípios desenvolveram repetitivos e duradouros projetos de arborização urbanas, além da doação de mudas à população e aos agricultores da zona rural, promovendo, por assim dizer, um verdadeiro crime ambiental.
Por conseguinte, para a preservação imediata do bioma da nossa caatinga, essa prática precisa terminar sem mais delongas, sob pena de estarmos destruindo para sempre a sua rica e bela biodiversidade.