O ex-diretor do Hospital de Floriano, enfermeiro Ancelmo Jorge, que deixou o órgão esta semana enviou ao piaunoticias uma nota onde o mesmo narra fatos sobre o Hospitai, inclusive citando a situação do mesmo em relação de como o encontrou.
Veja na íntegra a nota.
Recebemos o HRTN em Junho de 2017 com muitos planos e projetos para a melhoria da qualidade do serviço prestado para todos os usuários. Mas minha primeira frustação foi quando me deparei com o débito do HRTN de aproximadamente R$ 7.015,000,00 (Sete Milhões e Quinze Mil Reais), número que, de imediato, levei ao conhecimento do Prefeito Joel Rodrigues, o qual havia feito a minha indicação, para que o mesmo pudesse tratar diretamente com o secretário de Estado da Saúde, Dr. Florentino Neto, que se prontificou em avaliar a atual situação.
Mesmo diante desse quadro consegui junto a equipe de trabalho diminuir essa dívida para R$ 4.700,000,000 (Quatro milhões e setecentos mil reais). O mais preocupante ainda era que o HRTN deveria receber mensalmente cerca de R$ 2.400.000,00 (recursos da Sesapi e do SUS), para se manter, que nem seriam suficientes para tal, e que, em 2017, só foram repassados nos meses de outubro e novembro.
Valores justificados pela regionalização do hospital, a implantação de novos serviços, mas que motivaram a somatória das dívidas atuais. Recebi do setor de faturamento do HRTN, de Média Complexidade, em torno de 450,000 mil reais por mês e estamos entregando o mesmo hospital com um faturamento que chega aproximadamente a 700,000 mil reais. Nesse período de pouco mais de 6 meses procuramos habilitar os serviços existentes, tais como: UTI Neonatal ( onde altam recursos financeiros para adequação de estrutura física e de equipamentos), o CPN (Centro de Parto Normal) e a Casa da Gestante, que estão com as obras concluídas, mas a SESAPI não repassou as informações de conclusão da obra junto ao SISMOB, o Sistema de Monitoramento de Obras e Serviços, tornando-se inviáveis as habilitações. Somente agora, através da nossa gestão, é que as informações foram enviadas ao Ministério da Saúde para tal reconhecimento das habilitações e serviços.
Todos os procedimentos da Média Complexidade são informados diretamente para a Secretaria de Saúde Municipal, pois somos Gestão Plena. Para serem agregados outros recursos financeiros é necessária uma Programação Pactuada Integrada de Assistência a Saúde, tal ação depende exclusivamente da SESAPI. Para Habilitar a Linha do Trauma são necessárias ações da SESAPI para ser viabilizada; Em relação a esse tópico, a SESAPI recebeu no último dia 02 de Fevereiro de 2018 um membro do COSEMS, que trazia um relatório do MS que já notificava a SESAPI, pela segunda vez ,e agora dava um prazo de 30 dias para a regularização da RUE, a Rede de Urgência e Emergência. Diante de todas essas dificuldades, qualquer gestão ficaria inviável, o que nos motivou o meu pedido de afastamento. Ciente do meu dever cumprido, dentro daquilo até onde vão minhas forças de gerenciamento, agradeço às nossas equipes, que realmente fazem a diferença neste, que é um dos maiores hospitais públicos do Estado, sendo grato, ainda ao prefeito Joel pela confiança e indicação, e desejando sucesso ao novo gestor, de modo que alcance as demandas que não recebi junto a Sesapi. Um abraço à todos.
ascom