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O deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSC) está ativo na Justiça nos últimos tempos. Depois de tentar impugnar uma pesquisa eleitoral que o favorecia amplamente e de processar o deputado Jean Wyllys por calúnia, o alvo da vez é Ciro Gomes (PDT).

 

Tramita desde o início de fevereiro no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) uma queixa-crime de Bolsonaro contra Ciro por causa de uma entrevista dada ao “Pânico no Rádio”, programa da Jovem Pan.

 

O caso é análogo ao de Wyllys: as queixas são as mesmas e motivadas por avaliações expressadas em entrevistas.

 

A defesa de Bolsonaro alega que Ciro Gomes cometeu calúnia pela “imputação de crime de lavagem de dinheiro” ao deputado. Além disso, também teria cometido injúria, ao chamar Bolsonaro de “moralista de goela”.

 

Durante a entrevista, Ciro Gomes classifica como “lavagem de dinheiro” o episódio em que o PP, partido de Bolsonaro à época, repassou 200 mil reais ao deputado advindos de doações da JBS. Bolsonaro devolveu o dinheiro. Semanas mais tarde, recebeu a mesma quantia do partido, mas desta vez vinculada ao fundo partidário.

 

“Eu, se tô indignado, o cara depositou na minha conta sem a minha autorização, eu devolvo pra ele, e mando ele pastar, pra não dizer aquela outra frase que termina no monossílabo tônico. Não, o que ele faz, ele devolve para o partido, que na mesma data entrega R$ 200 mil pra ele. O nome disso é lavagem de dinheiro. Simples assim”, disse Ciro.

 

Segundo o portal Jota, a queixa-crime de Bolsonaro diz que Ciro Gomes “agiu dolosamente, com especial fim de ofender a honra alheia: a deliberada distorção do ocorrido teve como objetivo precípuo causar danos à imagem e à ótima reputação” do deputado.

 

Quanto ao crime de injúria, Ciro Gomes afirmou que Bolsonaro é um “moralista de goela”. O deputado “sentiu-se frontalmente ofendido em sua dignidade, da qual é bastante cioso, pois sempre manteve coerência entre discurso e conduta pessoal, sobretudo como ferrenho opositor da corrupção e defensor de conceitos conservadores”.

 

“A sua ação, deliberada e gratuita, revelou uma vontade específica de magoar e ferir o amor-próprio” de Bolsonaro, acrescenta a defesa.

 

O primeiro juiz do TJ-SP que avaliou o caso descartou a acusação de calúnia, porque, em seu entender, Ciro usou mal a expressão “lavagem de dinheiro”, já que no caso narrado os recursos não eram de origem ilícita.

 

Ele mandou, então, o caso para o juizado especial, apenas com a denúncia de injúria. O juiz do juizado especial alegou que esse julgamento também não compete a ele. Agora, segundo o Jota, o próprio TJ-SP terá que decidir quem continua julgando o caso.

 

 

msn