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bioamaameaçadoNeste domingo, dia 28 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Caatinga. A data serve para lembrar que o bioma é um dos mais ameaçados do Brasil, com mais de 50% de sua mata nativa desmatada. Para evitar que isso aconteça no Piauí, o Governo do Estado, através da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), aposta na manutenção de unidades de conservação permanentes, como a Estação Ecológica Chapada da Serra Branca, localizada entre os Parques Nacionais da Serra das Confusões e da Serra da Capivara, no Sudoeste do Estado. Além de ter transformado, em 2012, o bioma em patrimônio estadual.

A Estação Chapada da Serra Branca foi criada com o objetivo de preservar a biodiversidade da região que é predominantemente Caatinga e de promover, por meio de convênios com universidades e outras instituições do Piauí, a realização de pesquisas sobre a fauna e flora nativas. “Diferente de um parque, a estação ecológica é destinada exclusivamente à preservação e pesquisa, sendo proibida a visitação. Então, o que fazemos na Serra Branca é garantir a conservação da biodiversidade da Caatinga, bioma já ameaçado no restante do país”, explica o secretário da Semar, Dalton Macambira.


No geral, são 24 mil hectares de área sob proteção ambiental, abrangendo os municípios de São Raimundo Nonato, Brejo do Piauí e São Braz do Piauí. Sendo 21.587.7090ha destinados à Estação Ecológica e mais 3.066.5040ha que constituem a zona de amortecimento entre a estação e o projeto de assentamento Serra Nova - Banco da Terra.

Para se ter uma ideia da importância do bioma no Piauí, a Caatinga representa quase 30% da vegetação nativa do Estado e está presente em mais de 60 municípios. Nesta área, foram registradas 932 espécies de animais e 20 gêneros de plantas exclusivas. Animais como a asa-branca, cutia, gambá, preá, veado-catingueiro e o tatu-bola, escolhido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para ser o mascote da Copa do Mundo do Brasil de 2014, chegam a ser encontrados, praticamente, só neste bioma.



Além de manter unidades de conservação estratégicas como a Estação Ecológica Chapada da Serra Branca , o Piauí saiu na frente na hora do reconhecimento oficial da Caatinga. Em 2012, o governador Wilson Martins transformou o bioma em patrimônio estadual, através da sanção da Lei nº 6.276. No mesmo ano, o dia 17 de maio foi instituído como o Dia Estadual da Caatinga pela Lei Ordinária nº 6.266. Essas ações abrem caminho para que a proteção do bioma se fortaleça no Estado tanto em termos de legislação como no aspecto simbólico.

No Brasil, não há leis de conservação da Caatinga. Mas essa realidade começa a mudar com o movimento da Associação Caatinga, ONG que está com uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em tramitação no Congresso Nacional para transformar a Caatinga e o Cerrado em patrimônios nacionais, título que já foi concedido à Mata Atlântica, por exemplo.


Outro motivo para conservar o bioma, além das ações de degradação como desmatamento e caça predatória, é que a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Grande parte de sua vegetação pode ser encontrada em estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, a ilha de Fernando de Noronha e uma faixa no Norte de Minas Gerais. O bioma ocupa cerca de 10% do território nacional, o que equivale a uma área de mais de 800.000 quilômetros. Apesar disso, ainda hoje é pouco estudado.

 

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