O Piauí vai ter que plantar girassol, é uma necessidade. A garantia é do pesquisador José Lopes Ribeiro, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio Norte), que há 24 anos estuda o comportamento da planta que pode ser utilizada para a produção de biodiesel, de óleo comestível e de torta para animais. Para Ribeiro, o único obstáculo hoje existente para o desenvolvimento de plantações empresariais é o fato de não existir no Piauí uma única fábrica de beneficiamento do grão do girassol. “Nos Cerrados, os produtores estão interessados, mas reclamam que não existe mercado, exatamente por falta de uma indústria de beneficiamento”, adianta ele.
A usina de beneficiamento mais próxima do Piauí fica em Goiás, que, junto com os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os principais produtores do país. “A usina que esmaga a soja pode ser aproveitada para esmagar o caroço do girassol, bastam pequenas adaptações”, ensina o pesquisador.
Pesquisando a cultura do girassol desde 1988, José Lopes Ribeiro garante que o Piauí possui clima e solo para o cultivo da planta. Nos Cerrados, pode ser cultivado como safrinha, após a colheita da soja, que normalmente acontece no mês de fevereiro. “Temos muita luz e chuvas suficientes e precisamos superar as dificuldades para implantação da usina de beneficiamento”. De acordo com a conclusão da pesquisa, a produtividade do girassol no Piauí é igual a de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em torno de 1 mil e 1,2 mil quilos por hectare. As pesquisas foram desenvolvidas nos municípios de Teresina, São João do Piauí, Uruçuí e Bom Jesus. O girassol apresentou um bom desempenho tanto na região dos Cerrados como no Semiárido, dependendo da época do plantio.
Além de produzir biodiesel, o girassol pode ser transformado em óleo comestível saudável, que, comprovadamente, combate o colesterol ruim e a pressão alta, e também em torta para animais, principalmente vacas leiteiras. A cultura ainda favorece o aumento da produção de mel, por ter flores apreciadas pelas abelhas.
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