O governador Wellington Dias participou da comitiva de governadores que tentou visitar na tarde desta terça-feira (10) o ex-presidente Lula, preso desde sábado na sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. O encontro não aconteceu por conta de uma decisão da juíza Carolina Moura Lebbos, que negou pedido do senador Roberto Requião de flexibilizar os horários. Para o governador do Piauí, Lula se tornou um preso político.
"Ele é um preso político. Não há provas contra ele. Estamos aqui em defesa da democracia. Queremos dizer ao Brasil da necessidade de lutarmos todos para que a Constituição seja cumprida", disse o governador.
Segundo Wellington Dias, "forças poderosas” estão agindo contra o petista, condenado a 12 anos de prisão no caso do Triplex. "Lula livre nesse instante significa a defesa da democracia. É muito fácil ser amigo quando ele é presidente. É nessas horas, que forças poderosas trabalham contra um dos maiores líderes do mundo, é que temos que ficar juntos", destacou.
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, também saiu em defesa de Lula e lamentou a visita não ter sido feita. "Nós estamos aqui para deixar cada vez mais claro para o Brasil a situação que este país está passando. Existe um processo grave para a desmoralização da política em si. Parece surreal que o melhor presidente que este país já teve, o Lula, possa estar hoje pagando uma pena dentro de um processo que cabe recurso e, ao mesmo, não tem nenhuma prova concreta. Existe uma pessoa detida, que é um político, e ele não consegue receber a visita de nove governadores e 3 senadores", declarou.
Além de Wellington Dias e Ricardo Coutinho, tentaram visita Lula os governadores Tião Viana (Acre), Renan Filho (Alagoas), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Flávio Dino (Maranhão), Fernando Pimentel (Minas Gerais), Paulo Câmara (Pernambuco), Robinson Faria (Rio Grande do Norte), Belivaldo Chagas (Sergipe) e os senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann.
Com a negativa da visita, todos os governadores e senadores assinaram uma carta informando ao ex-presidente Lula que estiveram na PF. "Estivemos aqui e sempre estaremos. Ao seu lado, firmes e fortes. Infelizmente a lei de execução penal não foi cumprida adequadamente e não poderemos abraçá-lo pessoalmente", diz trecho da carta. (Veja ao final da matéria toda a carta)
Em sua decisão, a juíza disse que não havia fundamento na flexibilização dos horários de visita. "Com efeito, não há fundamento para a flexibilização do regime geral de visitas próprio à carceragem da Polícia Federal. Desse modo, deverá ser observado o regramento geral. Portanto, incabível a visitação das pessoas indicadas na petição de evento 4. Indefiro o requerimento", afirmou a juíza, que é da 12ª Vara Federal de Curitiba.
Os governadores assinaram uma carta, que foi encaminhada à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, onde pedem um audiência para tratar das pautas federativas e das garantias constitucionais. "Tudo aquilo que representar garantia constitucional", disse Wellington Dias.
Carta dos governadores ao ex-presidente Lula
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