Presidente do Chile, Gabriel Boric, é denunciado por assédio sexual
O presidente do Chile, Gabriel Boric, está sendo investigado pelo Ministério Público do país após uma denúncia de suposto assédio sexual. A acusação, que é a segunda contra Boric, foi apresentada em setembro, mas apenas nesta semana a Promotoria revelou a existência do caso. A defesa de Boric negou as alegações de assédio na noite de segunda-feira (25).
Segundo a vítima, o suposto assédio ocorreu quando Boric tinha 27 anos, logo após concluir a faculdade de Direito. Na época, ele era um dos principais líderes estudantis do Chile. Hoje com 38 anos, Boric é o presidente do país.
O chefe do Ministério Público de Magallanes, Cristián Crisosto, confirmou que "existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados", e que a denúncia foi registrada em 6 de setembro.
A defesa de Boric, através de seu advogado Jonatan Valenzuela, afirmou que o presidente "rejeita e desmente categoricamente a denúncia" e que nunca teve qualquer relação afetiva ou de amizade com a mulher. Segundo Valenzuela, eles não mantiveram comunicação desde julho de 2014. O advogado ainda alegou que a mulher enviou 25 e-mails não solicitados, incluindo um com imagens explícitas, e que, dez anos depois, apresentou uma denúncia sem fundamento.
Durante sua campanha presidencial em 2021, Boric também foi acusado de outro suposto caso de assédio sexual, que ele negou na época. Essa denúncia, no entanto, nunca foi investigada criminalmente.
Boric, que completará seu mandato de quatro anos em 2026 e não pode se reeleger, possui foro especial. Para ser investigado judicialmente, a Justiça chilena precisa autorizar a suspensão de sua imunidade.
Uma equipe especial do Ministério Público está cuidando da investigação, mas Crisosto não divulgou mais detalhes sobre o caso. O momento da denúncia também coincide com um escândalo em seu governo, que envolve acusações de abuso sexual e estupro contra Manuel Monsalve, ex-ministro da Segurança, atualmente preso preventivamente.