A aposentada Maria Nerci Mourão assumiu a autoria do assassinato da filha, a advogada Izadora Mourão, 41 anos, durante audiência de instrução do caso. Izadora foi morta a facadas em fevereiro deste ano.
A defesa de Maria Nerci e do irmão da vítima, o advogado e jornalista João Paulo Mourão, sustenta que apenas a mãe teria participado do crime.
A advogada Esmaela Macedo disse que o depoimento aconteceu durante a audiência de instrução do caso, na quarta-feira (23), em Pedro II, cidade onde vítima e acusados moravam e onde o crime aconteceu.
Os acusados não foram presencialmente ao local da audiência e foram ouvidos remotamente. João Paulo está preso e Maria Neci cumpre prisão domiciliar.
Segundo a advogada de defesa dos acusados, Maria Neci assumiu a autoria do homicídio da filha, embora não tenha apontado a motivação para o crime.
A perícia técnica, ainda conforme a defesa, também não apontou a presença do irmão da vítima no local do crime, embora mãe e filho tenham sido indiciados pela Polícia Civil.
“Vamos pedir pela liberdade e inocência de João Paulo e um julgamento justo para dona Maria Neci, nos termos de todas as provas apuradas no processo. Dentro de alguns dias o juiz se manifestará pela pronúncia ou não dos acusados e designará um possível júri popular”, informou Esmaela.
A Justiça tem 10 dias para decidir se os dois ou apenas um dos acusados será julgado e se irão ao Tribunal Popular do Júri, que julga os crimes contra a vida.
O processo corre em segredo de Justiça e o Ministério Público do Estado pediu a quebra do sigilo. Além disso, o MP realizou a denúncia de Maria Neci e João Paulo pelo crime.
Polícia indiciou mãe e irmão pelo crime
As investigações da polícia apontaram que, após matar a irmã com sete golpes de faca em seu quarto no dia 13 de fevereiro, o irmão teria ido dormir no quarto da mãe.
A mãe, ao encontrar a filha machucada no quarto, segundo a polícia, ligou para a empregada doméstica da casa e ordenou que ela lavasse o quarto onde aconteceu o crime.
“Lavaram o quarto, o sangue. Contudo, foram requisitadas perícias e o sangue humano, mesmo sendo lavado, deixa resquícios que a perícia criminal conseguem detectar”, disse Barêtta.
A mãe, segundo o DHPP, teria pedido ainda que a empregada doméstica dissesse aos policiais que o filho estava dormindo no momento do crime, criando um álibi para o suspeito.
A polícia concluiu que as provas indicavam a participação dos dois no crime e João Paulo foi preso dois dias depois, em 15 de fevereiro. A mãe teve a prisão domiciliar decretada em 10 de março.
João Paulo foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, método que impossibilitou a defesa da vítima e por feminicídio.
Já a mãe de Izadora, Maria Nerci, foi indiciada como coautora do crime e fraude processual, de acordo com a polícia, por ter tentado alterar a cena.
G1PI
Foto: divulgação