Onze trabalhadores foram resgatados pelos auditores fiscais do trabalho em uma pedreira localizada na cidade de Santa Cruz do Piauí. De acordo com o órgão, os trabalhadores estavam vivendo em condições degradantes: dormiam em barracas de lona plástica e cozinhavam em fogareiros improvisados, além de ter de fazer suas necessidades básicas na mata.
Os 11 homens trabalhavam na extração de pedras e fabricavam paralelepípedos (blocos de pedra usados em calçamentos) manualmente, usando marretas. Segundo Robson Waldeck, membro do Grupo Especial de Fiscalização Rural do Piauí, os trabalhadores foram contratados na região rural de Oeiras e Floriano. “Alguns deles estavam lá há mais de um ano”, comentou o fiscal.
“Eles viviam lá sem nenhuma condição no tocante à segurança e saúde, e também não tinham nenhum direito trabalhista assegurado”, disse Robson Waldeck. Os trabalhadores não tinham nenhum tipo de contrato de trabalho ou equipamentos de proteção individual.
Um dos trabalhadores, que não teve o nome divulgado, havia sofrido um acidente na pedreira e foi internado em um hospital da região. A falta de condições de higiene agravou a situação. “O ferimento infeccionou, e ele corre até o risco de perder a perna”, contou Waldeck.
O dono da pedreira, que não teve o nome divulgado, foi autuado e deve responder uma ação criminal pelo Ministério Público Federal, pelo crime de submeter alguém a trabalho em condição análoga a escravidão. A pena varia de dois a oito anos de prisão. Uma ação civil pública também será realizada, pelo Procuradoria do Trabalho.
Os trabalhadores foram resgatados e tiveram emitidas suas guias de seguro desemprego. Eles foram levados de volta para suas cidades de origem.
G1 PI
Fotos: Divulgação/ Ministério da Economia