Nesta quarta-feira, 03, foram cumpridos 17 mandados de prisões na Operação KIZHI, deflagrada pela Polícia Federal em Parnaíba. Foram presos servidores da Secretaria Estadual de Fazenda, Ibama, fiscais terceirizados, empresários, policial militar e vereador.
A operação desarticulou organização criminosa voltada para o comércio ilegal de madeira com atuação nos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Norte.
No Piauí os mandados de prisões foram cumpridos em Teresina, Luzilândia, Morro do Chapéu e Parnaíba. De acordo com a delegada da Polícia Federal, Milena Soares, os presos atuavam no posto de fiscalização da Sefaz de Luzilândia e mantinham fraudes para que o comércio ilegal de madeira acontecesse.
Foram presos dois servidores da Sefaz, chefe e substituto do escritório do Ibama de Parnaíba, um policial militar, quatro terceirizados, vereador de Buriti dos Lopes e cinco empresários do setor madeireiro e construção civil.
O transporte e comercialização ilícitos era lastreado em Documentos de Origem Florestal inidôneos, e em notas fiscais produzidas com informações falsas sobre quantidade, espécie e valor da mercadoria.
“Os fiscais e servidores da Sefaz cobravam propina, que variava de acordo com o caminhão e a mercadoria. O valor variava de R$500 a R$800 por caminhão, mas se a carga fosse maior, o valor também crescia”, conta a delegada Milena. Segundo a PF, o policial militar preso também atuava no posto com uma espécie de “facilitador”. A maioria das cargas vinha do Pará.
“O PM informava aos madeireiros o melhor horário para o caminhão passar, informava quando o fiscal não estava e dava informações privilegiadas. Um dos fiscais é filho do vereador preso, que também era olheiro e informava os madeireiros. Era uma rede que funcionava há pelo menos dois anos”, disse a delegada.
Os nomes dos presos não foram divulgados.
"O nível de corrupção gritante. As coisas deixam de acontecer rigorosamente porque o servidor público que estaria ali para atuar é conivente", lamenta a delegada.
Sobre a Operação KIZHI, a Secretaria de Fazenda do Piauí informa que foram identificados três funcionários terceirizados, todos demitidos. Em relação a servidores fazendários envolvidos, a Sefaz já está tomando as providências quanto à abertura de processo administrativo.
cv