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O médium João de Deus se entregou neste domingo (16) à polícia de Goiás. Ele é suspeito de praticar abusos sexuais durante tratamentos espirituais em Abadiânia, na região central de Goiás. A prisão foi determinada pela Justiça na tarde de sexta, a pedido do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás. O advogado do médium, Alberto Toron, confirmou que ele foi preso.Mais de 300 mulheres afirmam ter sido vítimas do religioso, segundo o MP-GO. A defesa nega.

 A prisão é preventiva – ou seja, sem prazo para terminar – e foi decretada pelo juiz Fernando Augusto Chacha de Rezende, que responde pela vara de Abadiânia durante as férias da titular.

joaodedeus

 Até o sábado, a polícia fez buscas em mais de 30 endereços em busca do médium sem sucesso, segundo o delegado-geral de Goiás, André Fernandes. Ele disse que João teria até as 12h de sábado para se entregar. Ele se diz inocente das acusações feitas pelas mulheres. A Justiça ainda não julgou o caso.

 Ocultação de patrimônio

 O Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) informou à TV Anhanguera, neste sábado (15), que João de Deus pode ter tentado ocultar patrimônio e que isso levou o órgão a acelerar o pedido de prisão do líder religioso. 

Segundo o jornal "O Globo", as investigações apontam que o líder religioso retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeirasdesde que as primeiras denúncias de abuso vieram à tona. 

“A gente já tem informações de que há providências do investigado buscando ocultar patrimônio. Este fato está sendo apurado e todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas pelo MP-GO”, disse a promotora Gabriella de Queiroz Clementino. 

“Claro que esta notícia de ocultação e patrimônio reforça ainda mais os fundamentos da prisão”, afirmou. 

O advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse que desconhece qualquer retirada de dinheiro. "Isso é da economia dele. Eu não tenho a menor informação a respeito disso. Nunca perguntei e nunca fui informado", afirmou. 

Última visita à Casa 

Na manhã de quarta-feira, o médium compareceu à Casa Dom Inácio de Loyola, onde realiza os trabalhos espirituais, pela primeira vez desde que as denúncias vieram à tona. Durante os poucos minutos que ficou no local, ele disse que era inocente e que confiava na Justiça de Deus e dos homens. 

“Meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus, mas quero cumprir a lei brasileira porque estou na mão da lei brasileira. João de Deus ainda está vivo. A paz de Deus esteja convosco”, diz João de Deus. 

A assessora de imprensa do religioso, Edna Gomes, afirmou, após as declarações, que o médium era inocente, mas que as denúncias eram graves e deveriam ser apuradas. 

Denúncias 

A força-tarefa que investiga as denúncias contra João de Deus começou o trabalho de investigação na segunda-feira (10), depois que o programa Conversa com Bial divulgou o relato de 10 mulheres que disseram ter sido abusadas sexualmente pelo médium. 

O Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que assim como a Polícia Civil, investiga a suspeita de crimes sexuais durante tratamentos feitos pelo religioso, havia contabilizado, até o fim da terça-feira (11), mais de 200 denúncias contra o médium. 

Para atender às mulheres que não moram em Goiás, o MP-GO preparou uma sala de videoconferência. Nela, ficam os cinco promotores de Goiás que participam da força-tarefa, duas psicólogas e dois tradutores de línguas estrangeiras. 

“Temos casos fora do Brasil, por isso, temos a necessidade de acompanhamento para ajudar a gente a esclarecer todas essas situações”, afirma o procurador-geral do órgão, Benedito Torres.

FONTE: informações do G1