A Operação Aleteia, deflagrada nesta quinta-feira, 21, pela Polícia Civil do Tocantins, prendeu três pessoas em Teresina. Ao todo, 12 pessoas foram presas no Piauí, Tocantins e Maranhão e o principal suspeito, Antônio Ferreira Lima Sobrinho, foi preso na capital piauiense. Ele é conhecido como "Antônio Concurseiro" e estava inscrito para o concurso da Polícia Civil do Piauí para os cargos de agente e perito.
O Grupo de Repressão ao Crime Organizado no Piauí (Greco) deu apoio ao cumprimento de três mandados e informou que a suspeita é de participação dos três em fraudes ao concurso da PM do Tocantins, realizado em março deste ano.
Segundo a delegada Alexandra Santos, do Greco, foram presas, além do homem conhecido como "Antônio Concurseiro", sua esposa Aline Oliveira Santana e a cunhada dele, Gabriela Oliveira Santana, em um condomínio na avenida Raul Lopes, Zona Leste da Capital. A suspeita de fraude ainda é investigada e a prisão dos três é apenas temporária, com duração de cinco dias inicialmente.
Antônio, segundo a polícia, seria o responsável por realizar provas de concursos e repassar o gabarito para candidatos que pagavam pelas repostas.
"Ele já tinha sido aprovado em vários concursos, ele é muito inteligente e faz as provas e depois repassa as repostas para outras pessoas. Não temos ainda detalhes da participação das duas mulheres, porque tudo será feito pela polícia do Tocantins, mas ele já estava inscrito no concurso da Polícia Civil do Piauí e nós estávamos monitorando. Aqui, não houve fraude, porque estávamos acompanhando tudo", declarou a delegada Alexandra.
Antônio fez a prova para o cargo de agente no último dia 10 de junho e faria a prova para perito em julho deste ano. A polícia ainda avalia de que forma as outras duas mulheres estariam envolvidas no esquema. Celulares e notebooks foram apreendidos e serão periciados pela Delegacia de Investigações Criminais de Araguaína, que faz a investigação.
Investigação
As provas do concurso da Polícia Militar do Tocantins foram aplicadas no dia 11 de março para mais de 80 mil inscritos. Porém, o concurso foi suspenso pela Justiça até o fim do processo eleitoral para escolha de um governador tampão.
A polícia começou a investigar fraude no concurso da Polícia Militar do Tocantins depois que um aparelho celular foi encontrado no banheiro de um dos locais de provas em Araguaína.
Veja nota da Polícia Civil na íntegra:
Nota
A Polícia Civil do Piauí, em auxílio a Polícia Civil do Tocantins, realizou nesta quinta-feira (21/06), a prisão de três pessoas acusadas de praticar fraude em certame de 2018 da PM-TO.
Foram presos, Antonio Ferreira Lima Sobrinho, Aline Oliveira Santana (esposa de Antonio) e Gabriela Oliveira Santana. A prisão ocorreu em um condomínio localizado na Avenida Raul Lopes, em Teresina.
A operação da PC-TO foi deflagrada também em outras cidades do Maranhão, o que resultou na prisão de mais nove pessoas. De acordo com a polícia, Antonio já havia sido preso no Maranhão por outras fraudes, sendo considerada a pessoa que faz as provas e repassa gabaritos a outros candidatos. Ele já obteve mais de 30 aprovaçōes em certames públicos.
“Antonio é muito inteligente e aqui fez o último concurso da PC-PI realizado dia 10 de junho de 2018, sendo monitorado por equipe do Greco. Não foi preso antes do concurso por que o mandado de prisão não havia saído mas como sabíamos de seus antecedentes, fizemos uma trabalho policial de monitoramento com ele do começo ao fim do certame. Aqui no Piauí, ele não teve nem como pensar em fraudar nosso concurso”, destaca a Delegada Alexandra Santos do Greco.
A equipe do Tocantins estava sob o comando do Delegado José Anchieta de Menezes Filho.
G1
Foto: Arte G1