A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra os dois policiais militares, Wanderley Rodrigues da Silva e o soldado Erasmo de Morais Furtado acusados de se apropriarem de R$ 304 mil apreendidos durante assalto frustrado ao Banco do Nordeste da avenida João XXIII, em Teresina, no ano passado. A primeira audiência de instrução do processo foi marcada para o dia 17 de abril.
Os investigados são lotados no 5º Batalhão de Polícia Militar. A investigação apontou que os dois tiveram acesso direto ao dinheiro levado pelos criminosos em duas lixeiras.
Do Banco do Nordeste foram retirados R$ 717.329,66 pelos dois PMs. A investigação indica que os militares descumpriram o procedimento e tiveram tempo para desviar parte do dinheiro. Do montante, apenas R$ 412 mil foram entregues ao Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco).
Na denúncia consta que o cabo Wanderley ordenou que o preso fosse levado em uma viatura e, na guarnição que ele conduzia, os bens apreendidos, inclusive, o dinheiro. Contudo, o PM não foi direto para a delegacia e desviou o caminho para o 5º BPM, de acordo com o Ministério Público.Ainda segundo a denúncia, no Batalhão da PM, ele teria transferido o dinheiro para a viatura do comandante e só depois seguiu para a sede do Greco.
O desvio da rota até a delegacia foi comprovada por meio de quebra de sigilo telefônico.
"Cheguei a conclusão que foram os dois. Isso não quer dizer que se no decorrer da instrução ficar comprovada a participação de um terceiro, essa denúncia não poderá ser editada e incluída essa pessoa", disse o promotor Assuero Stenvenson.
Até o momento não há indícios de participação dos comandantes do 5º BPM.
"Se eles agiram em acordo com os comandantes, nem eles disseram isso durante o Inquérito Policial Militar (IPM)", destaca o representante do Ministério Público.
Durante a fase de inquérito, os PMs- que permanecem presos- ficaram em silêncio.
cv