A Ordem dos Advogados do Brasil, por meio das Comissões de Defesa das Prerrogativas dos Advogados da Seccional piauiense e da Subseção de Picos, entrará com uma representação administrativa, uma ação criminal e uma de responsabilidade civil contra o Estado por danos materiais e morais, no caso da invasão à residência do advogado Paulo Gonçalves, na madrugada de quinta-feira, 09, em Picos.
A iniciativa partiu da denúncia de que policiais civis teriam se enganado ao entrar na casa do advogado durante a execução de um mandado de busca e apreensão da Operação SEGOR. O presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas de Picos, João Deusdeth de Carvalho, afirmou que cinco policiais encapuzados quebraram as portas da entrada da residência e do quarto do advogado, que estava dormindo ao lado da esposa no momento da invasão.
“Eles acordaram assustados, sem entender o que estava acontecendo. Os policiais não anunciaram a ordem judicial e nem deram chances de explicação, mesmo com as tentativas por parte do casal”, contou Deusdeth de Carvalho, acrescentando que a Comissão solicitou ao delegado Samuel Silveira a identificação dos responsáveis a partir de informações da placa da viatura.
O presidente da Comissão relatou ainda que, somente depois dos policiais revistarem a residência e não encontrarem nada referente ao mandado, Paulo Gonçalves conseguiu se identificar como advogado. “Percebendo o equívoco, eles pediram desculpa e saíram”, disse.
O presidente da OAB-PI, Sigifroi Moreno Filho, destacou que o constrangimento pelo qual o casal passou é injustificável. “Não podemos admitir que a polícia, no âmbito de uma operação tão séria e que precisa ser totalmente cercada de sucesso, cometa um erro de tamanha gravidade”, disse Sigifroi.
Sávia Barreto