Foi poreso na noite dessa quarta-feira, 23, Francisco Firmino de Assis, de 44 anos, próximo a um shopping na zona Leste de Teresina. Ele confessou ter assassinado a idosa Maria de Jesus, de 73 anos, com quem mantinha uma relacionamento amoroso há cerca de cinco meses. A vítima foi encontrada morta dentro do banheiro de sua residência, com pés amarrados, e marcas de violência.
Após a prisão realizada pela Polícia Militar do Piauí, a delegada Nathalia Figueiredo, titular da Delegacia de Feminicídio, interrogou Francisco Firmino. Ela conta que o suspeito confessou o crime e que sabia que seria preso.
“Em sede de interrogatório ele confessou esse crime bárbaro, afirmou que estava sozinho e que também após matar a vítima levou os objetos. Questionei o motivo pelo qual ele matou a vítima, já que ele tinha pleno acesso aos objetos, poderia ter levado sem que ceifasse a vida da Maria de Jesus e ele diz que até hoje não entende. Falou que estava descontente com algumas coisas como por exemplo ela não querer mais ceder os cartões de crédito, o carro. Então nisso a gente vê a torpeza, o crime bárbaro, a indiferença desse rapaz em relação a vida da vítima”, afirma a delegada.
Nos depoimentos colhidos pela polícia, a família a apontava que Maria de Jesus já havia começado a esconder cartões de crédito e a negar acesso a outros pertences. Essa recusa seria um dos motivos que causou a fúria do suspeito.
“A família nos relatou que ela estava desconfiada, com cartão de crédito ela percebia que sumia da carteira dela, cartão de crédito. Então acho que ela já estava se movimentando em relação a essas atitudes dele, vindo da cabeça de uma pessoa doente porque a gente não consegue pensar outra coisa senão isso diante de toda crueldade que ele praticou contra uma mulher que o acolheu. Na cabeça dele isso seria motivo suficiente para matá-la dessa forma”, cita a delegada. O laudo cadavérico apontou que a vítima possuía diversas lesões pelo corpo, como costela quebrada. Francisco Firmino alegou que inicialmente teria enforcado a vítima com uma corda.
“Ele relatou que estava no quarto, ela tinha a pouco tempo saído do banheiro, eles tinham voltado da casa da filha da vítima, e ele teria com uma corda inicialmente estrangulado a vítima. Ela tentou fugir, isso justifica ela ter várias lesões e ele relatou que terminou de praticar a violência contra vítima no banheiro local onde ela foi encontrada. Amarrou os pés para que ela não fugisse ou fizesse algo enquanto ele estava levando os objetos pessoais”, explica.
Histórico de tentativa de feminicídio contra a filha e outros crimes Ao Cidadeverde.com a delegada Nathalia Figueiredo pontuou que contra Francisco Firmino pesava outros crimes, incluindo uma tentativa de feminicídio contra a própria filha em 2015. Nesse caso, ele relatou à polícia que teria tentado contra a vida da ex-esposa e que a filha teria entrado no meio sofrendo os disparos. Na época ele foi preso e atualmente respondia em liberdade.
“Em relação ao crime de feminicídio, contra a filha, segundo ele, ela sabia tanto que ele estava na condição de livramento condicional, estava assinado a cada dois meses e segundo ele ela tinha conhecimento”, conta a delegada.
Além da tentativa de feminicídio, Francisco Firmino também respondia a processos com crimes de estelionato, crimes de roubo, questão de ameaça no contexto de violência doméstica. Na maioria dos casos, Francisco praticava os crimes contra ex-companheiras.
“Ele já é um cara que não tem qualquer respeito à justiça, até mesmo quando a gente analisa o caráter reincidente. A maioria sim (contra companheiras), a questão do perfil dele misógino, sexista que é característica de um agressor no contexto de violência doméstica familiar”, encerra.
Com a prisão de Francisco Firmino, a polícia tem 10 dias para concluir o inquérito policial e apontar o indiciamento. Segundo a delegada Nathalia Figueiredo, outras pessoas serão ouvidas e novas diligências serão realizadas.
Com informações do cidade verde
Foto: Divulgação PC