O assassinato da lavradora Nazaré Silva Teixeira, 25 anos, teria ocorrido porque a vítima se negou a entregar o celular aos criminosos e gritou pedindo socorro durante o assalto. É o que acredita o esposo da vítima, que não quis ser identificado nesta reportagem.
Ele esteve nesta segunda-feira, 12, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento.
O crime aconteceu na última quinta-feira (05), por volta das 19h, na estrada que dá acesso ao povoado Cacimba Velha, na zona rural leste de Teresina.
"Nós somos do interior, não estamos acostumados a essa violência. Minha esposa se desesperou no momento. Ela gritou muito pedindo socorro e não entregou o celular para eles", disse o homem.
O casal já estava junto há dez anos e tem três filhos, de 9 anos, 5 anos e 2 anos.
No dia do assalto, Nazaré e o esposo saíram de casa em direção a um supermercado na zona leste de Teresina. O casal levava R$ 800 em espécie para fazer as compras do mês.
"Sempre fazíamos as compras nesse supermercado. Além do dinheiro que nós levávamos, eles levaram a minha moto e nossos documentos. Minha esposa não entregou o celular. Eles pediram, e ela não entregou", disse.
Ainda em choque, o esposo tentou recordar como o crime aconteceu.
"Nós estávamos na motocicleta e eles saíram de dentro do mato de uma vez, e apontaram a arma para a gente. Eu parei a moto. Eles mandaram eu deitar no chão, e eu deitei. A minha esposa ficou desesperada. Ela gritava muito pedindo socorro e não deu o celular. Foi tudo muito rápido. Eu ouvi o disparo, e ela caiu. Eles saíram levando nossa moto. Eram dois homens altos e usavam uns panos para cobrir o rosto", relembrou.
Nazaré foi ferida com um disparo de arma de fogo nas costas. O casal foi socorrido por pessoas que passaram pelo local após o crime.
"Eu tive ela nos meus braços. Ela conversou comigo e com o rapaz que nos socorreu até dar entrada na UPA do Satélite. Eu achava que ela ia ficar bem", disse.
Da UPA do Satélite, a vítima foi transferida para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde faleceu na última sexta-feira, por volta das 14h. "Eu ainda não acredito. Nossos filhos choram perguntando pela mãe, mas ela não vai voltar", disse chorando.
O caso está sendo investigado pelo Núcleo de Feminicídio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Com informações do cidadeverde
Foto: reprodução redes sociais