Os policiais militares presos nessa quinta-feira, 06, em Fortaleza por suspeita de participação no assassinato da enfermeira Jandra Mayandra, de 36 anos, consultaram dados do carro da vítima no sistema da Secretaria da Segurança Pública.
Segundo a defesa de dois agentes investigados, feita pelo advogado Walmir Medeiros, a consulta foi feito no local do crime, quando a vítima estava morta. Porém, investigações da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) apontam que os policiais consultaram dados de Jandra Mayandra horas antes de ela ser morta.
"Eles [policiais] estavam de serviço, foram ao local do crime e o delegado perguntou se eles haviam consultado os dados da vítima e eles disseram que sim. Depois o delegado questionou por eles consultaram 3 e pouco da tarde e o policial disse que não lembrava. O delegado não mostrou para a gente nada que comprovasse que o agente tinha feito a consulta naquele horário que ele estava dizendo", falou Walmir Medeiros.
Para o advogado, a prisão dos policiais é "absurda", pois não existe nada que mostre que os agentes participaram da morte da enfermeira.
"Para prender alguém tem que ter o crime e indícios suficientes de autoria. Neste momento não há nada concreto. Vamos aguardar o andamento das investigações", disse o advogado. Conforme a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), dos quatro policiais presos, três são da ativa e um é aposentado. Também há um quinto suspeito, que foi alvo de mandado de busca e apreensão.
De acordo com a CGD, as ações que levaram as prisões e as apreensões tiveram como objetivo a coleta de elementos de informação, especialmente quanto à motivação e à identificação de todos os envolvidos no assassinato a enfermeira.
Jandra Mayandra foi morta na noite de 15 de maio com tiros de armas de fogo disparados por um motociclista. O crime aconteceu na Avenida Presidente Castelo Branco, no Bairro Pirambu, quando a vítima voltava do trabalho.
Inicialmente, surgiu a versão de que o crime ocorreu após uma discussão no trânsito entre ela e um motociclista que teria atingido seu carro.
Na ocasião, ela estava acompanhada de uma amiga, que não ficou ferida. Já a enfermeira foi atingida por ao menos três disparos.
Dias depois foi descoberto que a vítima havia denunciado que recebia ameaças de uma ex-colega de trabalho, que a culpava pela demissão.
Jandra Mayandra era natural da cidade de Floriano, no Piauí, e trabalhava como gerente administrativa no Hospital Dr. Oswaldo Cruz (Hdoc), na capital cearense. Antes disso, ela já havia trabalho na administração da Upa de Sobral.
Com informações do G1/CE
Foto: Paulo Cardoso/ SVM