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Foi encontrado morto, o policial penal aposentado e taxista, Francisco Célio Pereira, de 71 anos, nessa quarta-feira, 05, no residencial Torquato Neto, zona Sul de Teresina, vítima de quatro disparos de arma de fogo na região da nuca. Os peritos informaram ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que foram encontrados seis ferimentos no corpo da vítima, sendo quatro de entrada e dois de saída das balas.

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"Não foram encontrados esfumaçamento ou tatuagem do calor da arma, então os peritos acreditam que os disparos tenham sido realizados a pelo menos 50 centímetros de distância da vítima", disse o delegado Francisco Baretta, coordenador do DHPP.

O policial penal utilizava duas armas. Uma delas, uma pistola ponto 40, que ele carregava na região da axila, permaneceu no corpo da vítima. A outra não foi encontrada.

"Sabe-se que ele utilizava duas armas. Uma foi encontrada na região axilar e a outra, uma pistola .380, não foi encontrada no local, somente dois cartuchos", disse.

O presidente do sindicato dos taxistas de Teresina, Neilton Andrade, disse ao Cidadeverde.com que o delegado Danúbio Dias, que investiga o caso, falou à categoria e disse que câmeras de segurança flagraram um homem saindo do táxi.

"O delegado nos disse que viu as imagens e que elas mostram um homem de costas saindo do carro e colocando uma arma na cintura", explicou o coordenador do DHPP.

Os colegas de ponto informaram aos representantes do sindicato que Célio saiu do ponto na Rua Félix Pacheco, próximo à Praça Saraiva, com um passageiro, por volta das 13h30.

"Colegas que foram até o local onde o carro dele foi encontrado disseram que os moradores viram o carro lá, por volta das 14h, e que teriam estranhado que no final da tarde o veículo permanecia lá, com o motor ligado", destacou.

O táxi está no pátio do DHPP e nossa equipe observou que os vidros são protegidos com película fumê, o que dificulta a visibilidade do interior do veículo. O para-brisa do carro está trincado próximo ao volante, mas somente a perícia poderá dizer se essa marca foi provocada pelos disparos. Nos vidros e lataria do táxi não há marcas de bala.

O velório do taxista está acontecendo na Funerária Lotus, na Avenida Miguel Rosa. O sepultamento vai acontecer às 14h.

Colegas de praça lamentam a morte do taxista

O presidente do sindicato dos taxistas, Neilton Andrade, esteve na sede do DHPP para saber como estão as investigações e lamentou que, mais uma vez, um taxista tenha sido vítima desse tipo de violência.

O vice-presidente do sindicato, Mauro César, disse que Célio era antigo na praça.

"Eu conheço o Célio há 19 anos, desde que comecei a trabalhar como taxista, e ele já estava trabalhando na praça. Então, penso que ele deve ter pelo menos 20 anos na profissão. Ele sempre conciliou o trabalho dele no Estado com a função de taxista", disse.

O amigo disse ainda que Célio era apaixonado pela profissão de taxista.

"Ele era um cara calmo, amigável, de bom trato. Ele não precisava trabalhar na praça, mas trabalhava por amor, ele gostava dessa nossa função de conduzir pessoas. Sempre que ele estava de folga, ele colocava o carro na rua e ia trabalhar", relembrou.

O vice-presidente do sindicato explica, ainda, que a categoria recebe orientações de segurança.

"O Célio sempre andou preparado, mas acho que, às vezes, o excesso de confiança foi o que levou a esse fato. A gente sabe que trabalha em uma profissão onde carregamos uma pessoa atrás e não sabemos quem é. Houve um descuido por parte dele. Hoje em dia, levar um passageiro atrás não convém. A gente orienta muito a categoria que quando pegar um passageiro só, que o convide para vir sentar no banco da frente. Porque já é uma sensação de segurança para os dois, atrás você fica muito vulnerável", disse.

O presidente do sindicato disse que a categoria vai cobrar a solução desse caso e a prisão dos culpados.

"A categoria recebe com muita tristeza e indignação a notícia da morte do nosso colega Célio. Temos tentado e buscado uma segurança para os taxistas, mas infelizmente essa segurança ainda não nos foi dada. Está aí a prova, mais um colega nosso muito estimado assassinado. Estamos aqui em busca de justiça, nós não queremos fazer justiça com as próprias mãos. Queremos essa segurança que nós pagamos, que nós temos que ter pelo Estado e que ela realmente funcione", disse.

Para o assessor jurídico do Sinpetaxi, o advogado Rafael Machado, a categoria quer agilidade na investigação.

"O que a categoria quer é agilidade na investigação e que esse criminoso seja preso o mais rápido possível, para que ele possa ser retirado do meio da sociedade. É muito importante que a categoria e a sociedade saibam disso", finalizou.

Com informações do cidade verde