No início da madrugada desta terça-feira, 04, uma tragédia familiar abalou o bairro Parque União, em Timon, onde um filho matou o pai a pedradas e tentou matar a mãe, também utilizando uma pedra.
O homem foi identificado como Agnor de Freitas Pereira, 47 anos. Ele chegou em casa pouco depois de 1h, pegou uma pedra que sobrou da reforma da casa e aplicou dois golpes na mãe, Maria de Isonia de Freitas Pereira, 64 anos, que dormia no mesmo quarto que o agressor. Ela foi atingida na cabeça e no ombro. Em seguida, ele foi até o quarto do pai, João Pereira Neto, 86 anos, e desferiu vários golpes na cabeça dele. O idoso estava acamado há cerca de três anos e não teve como se defender.
Após golpear os pais, Agnor foi até o quarto do irmão e pediu uma faca para terminar de matar o pai.
"Ele bateu na porta do meu quarto e, quando eu abri, ele pediu uma faca para terminar de matar nosso pai. Ele disse que ele estava sofrendo muito", relatou Agnaldo Freitas.
Agnaldo então chamou a polícia e o Samu. O Sr. João Neto foi socorrido e levado ao hospital, mas faleceu por volta das 5h. Muito abalada, a matriarca da família disse que não esperava por uma tragédia como essa.
Segundo a mãe e o irmão de Agnor, ele teve um surto em abril e chegou a ser internado no Hospital Areolino de Abreu. "Ele voltou para casa bem, com a receita para tomar a medicação e o encaminhamento para continuar o tratamento aqui em Timon, mas ele não foi lá", disse a mãe.
Há cerca de 15 dias, Agnor voltou a beber todos os dias.
"Ele saía de casa de manhã, sem tomar café, e voltava tarde da noite. Estava magro e com a pele queimada, até parecia que estava trabalhando na roça", disse a mãe.
Os vizinhos disseram ao Cidadeverde.com que Agnor era cuidadoso com os pais, mas quando estava bebendo, ele se transformava. "Ele limpava a casa, lavava roupa e cuidava dos pais. Ele dava comida na boca do pai dele. Mas, quando estava bebendo, se transformava e abandonava os cuidados com a família", disse um vizinho que não quis se identificar.
Outro vizinho explicou que Agnor sofre de transtorno mental, que dizia ouvir vozes e já havia atentado contra a própria vida várias vezes. A última vez aconteceu em abril deste ano, quando ele se feriu e a Polícia Militar utilizou um taser, uma arma de choque não letal, para contê-lo.
Agnaldo também já foi vítima do irmão. Em 2022, eles discutiram e entraram em luta corporal. Agnor teria utilizado um pau para agredir o irmão, e acabou causando uma fratura no braço de Agnaldo.
Agnor foi preso pela Polícia Militar em flagrante. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Timon (MA).
Segundo o delegado Otávio Chaves, que investiga o caso ainda não foi possível ouvir Agnor.
"O crime deixou nossa equipe chocada. Ele foi contido pela Polícia Militar e levado à Central de Flagrantes em surto. Ele estava sob efeito de bebida alcoólica e acreditamos que ele tenha algum problema psiquiátrico, também. Já colhemos o depoimento da mãe e do irmão dele, que também estava na casa, no momento do crime. Agora temos 10 dias para encerrar o inquérito", disse.
Se sua condição de Pessoa Portadora de Necessidade Especial (PPD) ele pode cumprir pena em instituição psiquiatra.
Com informações do cidade verde